‘Devastador’: parlamentares comentam supostas afirmações de Bolsonaro em vídeo
Deputados federais e senadores pediram que a gravação seja divulgada a todos
Senadores e deputados federais da oposição comentaram nas redes sociais nesta terça-feira (12) a suposta afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a troca no comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro seria necessária para proteger sua família de perseguição. A declaração estaria na gravação de uma reunião ministerial de 22 de abril, citada pelo ex-ministro Sergio Moro em depoimento e entregue à PF para apuração.
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Tanto Ivan Valente (PSOL-SP) quanto Paulo Teixeira (PT-SP) classificaram o vídeo como ‘devastador’. “O vídeo comprova o crime com todas as letras. Bolsonaro associou a troca do superintendente do Rio à proteção de sua família”, escreveu Valente.
Bolsonaro diz que a troca do chefe do delegado da PF é para escolher alguém que evite que seus “filhos sejam prejudicados”. Um vídeo devastador da reunião ministerial.
— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) May 12, 2020
Vídeo devastador.
Aí está pq tanto medo de entregar a gravação. O vídeo comprova o crime com todas as letras. Bolsonaro associou a troca do superintendente do Rio à proteção de sua família e de seus amigos, dizendo que eles estão sendo perseguidos. #LiberaCelso #OpaísPrecisaVer
— Ivan Valente (@IvanValente) May 12, 2020
O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) declarou que está entrando com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) e requerimento na Câmara para que o Congresso tenha acesso ao conteúdo da gravação. “É crime de responsabilidade”, afirmou.
URGENTE! Estou entrando com ação no STF e requerimento na Câmara para que o Congresso tenha acesso ao conteúdo da gravação da reunião de ministros em que Bolsonaro admite que quer interferir na PF para proteger familiares. É crime de responsabilidade. #DivulgaTudoCelsodeMello
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) May 12, 2020
O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também declarou que vai acionar a Corte para retirar o sigilo da gravação. “Esse vídeo é de interesse público”, defendeu.
Vou acionar o STF p/ que seja levantado o sigilo da gravação da reunião ministerial de 22 de abril. Esse vídeo é de interesse público. Não cabe sigilo em um vídeo em que o presidente se reúne c/ o conjunto de seus ministros. https://t.co/TDMIQ7qLG1
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) May 12, 2020
A líder do Cidadania no Senado, a maranhense Eliziane Gama, declarou que o vídeo deve ser disponibilizado “pelo bem da sociedade”. “O país não merece ter um presidente sob suspeita”, disse.
O vídeo da reunião com os ministros apontado como prova por @SF_Moro precisa vir a tona pelo bem da sociedade. Supostamente, Bolsonaro teria cobrado a troca na PF no Rio p/ proteger seus familiares. O país não merece ter um presidente sob suspeita.
— Eliziane Gama (@elizianegama) May 12, 2020
O ponto de vista de Gama é endossada por seu colega de partido, o senador sergipano Alessandro Vieira. “O Brasil precisa ter acesso a essas informações. Só a verdade liberta”, opinou.
O vídeo da reunião onde o PR exigiu mudanças na PF foi apresentado hoje. Notícias dão conta de que o motivo seria a exigência direta de proteção à sua família, que seria “perseguida”. O Brasil precisa ter acesso a essas informações. Só a verdade liberta.#DivulgaTudoCelsodeMello
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) May 12, 2020
O governador Flávio Dino (PCdoB-MA) não citou o caso nominalmente, mas publicou a definição dos crimes de prevaricação e obstrução à Justiça.
Quando um agente público edita um ato administrativo para atender a interesse pessoal perpetra o crime de prevaricação. E quando embaraça investigações configura-se o crime de obstrução à Justiça. É o que diz a legislação penal do Brasil.
— Flávio Dino ???? (@FlavioDino) May 12, 2020