Governo e Congresso se aproximam por relação ‘sem intrigas’, diz Maia
Em tom mais ameno, presidente da Câmara reiterou ser contra imposto nos moldes da antiga CPMF e defendeu corte de gastos públicos
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (23), em entrevista exclusiva à CNN, que as lideranças do Congresso Nacional e o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão buscando construir uma relação sem “ruídos” ou “intrigas”.
“Estar conversando, dialogando, com ministros, ajuda o debate, [ajuda] que não tenhamos interferências e intrigas no meio desse caminho”, disse Maia, perguntado sobre uma reunião que pediu hoje para “selar a paz” com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele também elogiou o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
“As pessoas que querem investir e empreender neste país querem olhar aqueles que comandam o país e vê-los dialogando e construindo caminhos”, disse o parlamentar.
Ao comentar a proposta em gestação no Executivo, de criar um novo imposto sobre transações financeiras, Maia voltou a se dizer contra, mas ponderou que “respeita quem pensa diferente”. “A sociedade não tem boa vontade, com razão, com o aumento de impostos. Tivemos um aumento de 9% na carga tributária e não tivemos um estado mais eficiente”, afirmou.
Nesta quarta-feira (22), em live com o economista Renoir Vieira, Maia disse que discutir a criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF ou a possibilidade de extrapolar ou revogar o teto de gastos seria “antecipar as eleições de 2022”.
A proposta tem sido defendida pelo governo como fonte de financiamento de projetos como a desoneração dos tributos sobre a folha de pagamento e um novo programa de assistência social, que vem sendo chamado de Renda Brasil.
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Como alternativas, o presidente da Câmara defendeu o corte de gastos públicos e reformas estruturais que acelerem a retomada da economia após a pandemia da Covid-19.
“Nós vamos ter que achar caminhos para que essa receita apareça. Um deles é a redução de gastos obrigatórios, de gastos indexados. O outro é o aumento da arrecadação. O ideal é que não venha por meio da criação de novos impostos. É a minha opinião, respeito quem pensa diferente”, disse.
(Edição: Leonardo Lellis)