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    Bolsonaro fala sobre caso de ex-vice-líder: ‘Nada a ver com meu governo’

    Durante operação da PF nesta quarta-feira (14), Chico Rodrigues foi alvo de um mandado de busca e apreensão, quando foi encontrado dinheiro em sua cueca

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tratou, durante a live que costuma fazer semanalmente pelas redes sociais, do caso do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que era vice-líder do governo no Congresso e foi afastado por 90 dias por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Durante operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (14), Chico Rodrigues foi alvo de um mandado de busca e apreensão, quando foi encontrado dinheiro na cueca do senador. O afastamento de Rodrigues agora será analisado pelo Senado.

    Bolsonaro afirmou que os líderes no Congresso são escolhidos em acordo com os parlamentares, que Rodrigues gozava de “prestígio” e “carinho”, mas que o caso não diz respeito ao seu governo.

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    “Eu tenho, no total, 18 vice-líderes no Congresso. São 15 na Câmara, que foram indicados pelos partidos, e três, no Senado, escolhidos em comum acordo. [Chico Rodrigues] É uma pessoa que gozava do prestígio e do carinho de quase todos. Aconteceu esse caso, eu lamento”, afirmou.

    Depois que o caso veio à público, Chico Rodrigues pediu e foi afastado do cargo de vice-líder do governo no Congresso. Os líderes e vice-líderes são parlamentares indicados pelo presidente da República para representá-lo nas discussões da Câmara e do Senado.

    Para o presidente, a sua responsabilidade deve abranger apenas ministérios e estatais.

    “Repito. Não há corrupção no governo. O que é o governo? São os meus ministros. Se tiver algo num ministério meu, a investigação vai ocorrer. A minha responsabilidade é permitir que se aprofunde a investigação para punir os possíveis culpados”, disse Bolsonaro.

    Lava Jato

    O presidente voltou a abordar o tema da Operação Lava Jato. Recentemente, Bolsonaro afirmou que tinha “acabado” com a Lava Jato, acrescentando, na sequência, que a operação tinha acabado para o seu governo, por falta de casos de corrupção, e continuaria para outras esferas de poder.

    Ele afirmou que “certamente” haverão novas fases da operação neste ano e que a Polícia Federal segue trabalhando.

    Ao lado do presidente, o ministro da Justiça, André Mendonça, afirmou que é impossível uma interferência política na PF, que seguirá trabalhando de forma independente. “Não dá, não se deve e não irá intervir”, disse.

    O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar seu ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e também comentou o caso do traficante André Macedo, conhecido como André do Rap, supostamente ligado ao PCC e solto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Ainda falando sobre a PF, Bolsonaro diz que cogita, ao final do processo que apura suposta interferência política na corporação, pedir a investigação de possível denunciação caluniosa. Em depoimento, Moro afirma que narrou acontecimentos, mas que não foi ele que atribuiu crime ao presidente.

    Em entrevista à CNN nessa quarta-feira, o ex-ministro Sergio Moro afirmou que foi contra um trecho incluído no artigo 316 do Código Penal e que foi citado na decisão que libertou André do Rap, sugerindo a Bolsonaro que vetasse o trecho. Moro novamente defendeu a revogação do trecho.

    Tratando do caso, o presidente citou a decisão do Plenário do STF, que por 9 votos a 1 considerou que o traficante deve voltar a ser preso. Para ele, o julgamento valida a tese de que as regras sancionadas por ele não justificavam a libertação de André do Rap e insinuou que o ministro Marco Aurélio Mello fez uma leitura errada do trecho.

    “O trecho disse que poderia [soltar], não que deveria. Agora, foram nove ministros para prender e só um contra, aí você decide quem você acha que está certo”, afirmou Bolsonaro na live, citando caso de policiais presos preventivamente em grupo após ocorrências e que o prazo de revisão da prisão após 90 dias pode permitir que casos como esses sejam reanalisados.