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    Não sei se há entendimento para ouvir Bolsonaro, diz relatora da CPMI do 8/1 à CNN

    Para a senadora Eliziane Gama, a Comissão tem outras prioridades e a falta do depoimento de Bolsonaro não prejudicaria os trabalhos

    Gabriel Fernedada CNN , em São Paulo

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro pode não chegar em um entendimento para ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou à CNN nesta segunda-feira (4) a relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

    “Sobre o Jair Bolsonaro a gente precisaria aprovar um requerimento. Não sei se há um entendimento para ouvi-lo, mas se a gente não ouvi-lo, não prejudica o andamento da Comissão. Agora, se houver um entendimento, não há da minha parte nenhum óbice neste sentido, mas acho que temos outras prioridades.”

    A senadora afirmou que a CPMI recebeu “sinal verde” para prosseguir com processos de delação premiada, mas que ela depende de um volume de provas para ser feita.

    “Nós pedimos a Advocacia-Geral do Senado um parecer sobre a legitimidade da utilização desse instrumento [delação] por parte de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e recebemos o sinal verde para a utilização desse instrumento”, afirmou Eliziane.

    “Agora, para que tudo isso possa ocorrer, nós precisamos de uma manifestação, entender quais depoentes tem interesse. Nós tivemos, em uma primeira rodada, uma manifestação da defesa do Walter Delgatti. Mas um dos pontos fundamentais de uma delação é qual prova material que se tem, que tem que ser passada por uma perícia, para depois se iniciar a colaboração”, acrescentou.

    Eliziane afirmou à CNN que a expectativa é que o relatório da Comissão possa ser apresentado até o final de outubro, e que ainda são esperados depoimentos considerados importantes, como de financiadores dos atos.

    “Faço a defesa que a gente possa estar ouvindo o general Dutra, a Marília, que teria construído o mapa do Nordeste brasileiro e trabalhava no setor de inteligência, retomar o depoimento do Mauro Cid, e também financiadores.”

    Até o momento, são 30 os nomes convocados que ainda não prestaram depoimento à CPMI, e a expectativa é que mais pessoas sejam convocadas.

    Entre os nomes já convocados e não inquiridos está o do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo de Jair Bolsonaro (PL); e do general Walter Braga Neto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.

    A oposição ainda tenta emplacar a convocação de José Américo Gaia, comandante da Força Nacional de Segurança. Outro alvo dos opositores mais aguerridos é o ministro da Justiça, Flávio Dino, cuja convocação é vista como improvável por parte dos governistas.

    Os parlamentares também não descartam convocar Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI, e Glauber Amorim de Carvalho, assessor de inteligência do Ministério da Justiça.

    (Produzido por Elis Franco, da CNN, em São Paulo)

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