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    “QG da propina” cobrava suborno de empresa para fechamento de contratos, diz MP

    Executivos do grupo Assim Saúde relataram que o acordo com a prefeitura era que o valor da propina para a organização seria de 3% sobre a quantia

    Elis Barreto e Isabelle Lima, da CNN, no Rio de Janeiro

    A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro oferecida à Justiça, que resultou na prisão do prefeito Marcelo Crivella, detalha um esquema de cobrança de propina entre o núcleo criminoso que atuava na administração pública e a empresa Assim Saúde, que possui contrato com a prefeitura da cidade. 

    Dois executivos do grupo Assim Saúde, que eram investigados na operação Hades, procuraram voluntariamente o MP-RJ para fechar acordo de delação, após a deflagração da segunda fase da operação.

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    No depoimento, os executivos relataram que o acordo com a prefeitura era que o valor da propina para a organização era de 3% sobre a quantia que o grupo Assim Saúde receberia dos contratos firmados com a prefeitura.

    Segundo o MP-RJ, os valores da propina eram diluídos em pagamentos mensais, que variavam de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões para não levantar suspeitas dos pagamentos indevidos. O esquema construído para “esconder” tais pagamentos era feito “mediante a assinatura de vários contratos fictícios e mediante emissão de notas fiscais “frias”.” A quantia total da propina paga pela empresa ao grupo criminoso foi de mais de R$ 50 milhões. 

    Marcelo Crivella, do Republicanos

    Marcelo Crivella, do Republicanos foi preso nesta terça-feira (22)

    Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo (14.jan.2020)

    “Há imensa gama de provas documentais que apontam a semelhança nos depoimentos prestados pelos executivos do GRUPO ASSIM SAÚDE, João Carlos Gonçalves Regado e Carlos Eduardo Rocha Leão. Além de comprovar o Rafael Alves como operador do esquema relacionado ao GRUPO ASSIM SAÚDE.”, detalha os procuradores na denúncia. 

    Além da delação dos dois executivos da seguradora, os promotores recolheram trocas de mensagens onde o ex-senador Eduardo Lopes conversa com o empresário Rafael Alves sobre uma reunião, realizada no condomínio Península, onde mora o prefeito Marcelo Crivella.

    Na conversa, antes de iniciar o assunto, Eduardo Lopes diz para ambos apagarem a conversa depois, e “Percebe-se, portanto, que o assunto tratado em seguida deveria ser mantido na clandestinidade, não deixando qualquer tipo de rastro.

    E a razão para tal postura é bastante simples, pois, de fato, o remetente da mensagem – EDUARDO LOPES – despe-se de qualquer freio inibitório e fala abertamente sobre a forma de divisão da propina que seria paga pelo grupo ASSIM SAÚDE.”

    Procurado, o grupo Assim respondeu por meio de nota: “O Grupo Assim esclarece que não é réu no processo relacionado às denúncias de irregularidades na relação com a prefeitura do Rio de Janeiro. Os executivos denunciados e envolvidos na ação estão prestando todos os esclarecimentos necessários e solicitados pelo Ministério Público e pela Justiça”.