Câmara criará grupo para propor mudanças na política ambiental, diz Maia
Deputado afirma que tema é essencial para que o Brasil possa atrair investimentos estrangeiros e fortalecer retomada da economia após a pandemia da Covid-19
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Brasil precisará se debruçar sobre a agenda ambiental para permitir a retomada da economia após a pandemia do novo coronavírus. Além da preservação das florestas, Maia diz que o tema é central para que o país possa atrair investimentos.
“O Brasil tem pouca poupança interna e precisamos de confiança dos investidores externos”, argumentou o presidente da Câmara em entrevista exclusiva à CNN. Maia afirmou que o grupo de deputados que irá se dedicar ao tema está sendo formado e passará a se reunir a partir da próxima semana.
O deputado falou sobre a nova legislação para licenciamentos ambientais e afirma que a Câmara colocará o projeto em votação, mas não com um texto que possa ser visto como flexibilização da fiscalização. “Nosso objetivo nunca vai ser uma lei que crie insegurança para a questão ambiental”, disse o presidente da Câmara.
Ele também afirmou que vê como uma questão menor a permanência ou não do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que é criticado por entidades do setor ambiental.
“Se você não tiver clareza de que essa [o compromisso com a preservação] é a posição do governo. Se mais que a narrativa, as ações não forem concretas, não adianta trocar um ministro por outro”, afirmou. Ele enfatizou a criação do Conselho da Amazônia e o aumento do protagonismo do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) no assunto.
Reforma administrativa
O presidente da Câmara voltou a defender o envio, pelo governo Bolsonaro, de um projeto de reforma administrativa. “Sem uma modernização das leis da administração pública, nós vamos ter muita dificuldade”, argumenta.
Assista e leia também:
Governo e Congresso se aproximam por relação ‘sem intrigas’, diz Maia
Horário de Brasília: Governo faz as contas após derrota com o Fundeb e fatia reforma tributária
Líderes na Câmara criticam fim da dedução no imposto de renda para bancar Fundeb
Rodrigo Maia afirmou que garante ao governo que será colocado em debate o projeto, considerado sensível pela resistência de grupos ligados aos servidores públicos. Há a possibilidade de que a proposta inclua apenas os servidores que ingressarem após a sua entrada em vigor.
Auxílio emergencial
Maia defendeu, durante a entrevista à CNN, que após o atual período da prorrogação do auxílio emergencial, o governo já coloque em debate no Congresso seu novo projeto permanente de assistência social.
“Os gastos extraordinários de 2020 estão limitados em 2021. Ou construímos a solução permanente ou teremos dificuldade de enxergar a situação dos mais vulneráveis a partir de 2021”, argumenta.
(Edição: Leonardo Lellis)