Sou contra a quebra de patentes de vacinas, diz ministro da Saúde à CPI
'Meu temor é de não termos condições de, mesmo com a quebra, não conseguirmos produzir as vacinas aqui no Brasil', afirma Marcelo Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (6) ser contra a flexibilização de patentes de vacinas contra a Covid-19, defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O ministro prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
“Sou contra a quebra de patentes”, disse Queiroga.
“Um tema sensível essa questão da quebra das patentes. Meu temor é de não termos condições de, mesmo com a quebra, não conseguirmos produzir as vacinas aqui no Brasil e isso interferir de maneira negativa no aporte de vacinas internacionais. O governo depende dos laboratórios para receber as vacinas, até agora a maioria das vacinas foi do Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz, na Fundação poderemos produzir vacina no futuro. Estamos construindo um cenário muito bom para a produção de vacinas no futuro”, prosseguiu o ministro da Saúde.
Iniciado por países como Índia e África do Sul no ano passado, o debate sobre a suspensão temporária das patentes de vacinas contra a Covid-19 prevê possibilitar que nações possam utilizar as fórmulas desenvolvidas por empresas para a produção de mais imunizantes contra a doença.
Nas últimas 24 horas, o pleito ganhou ainda mais força após os posicionamentos favoráveis do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e da presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen.
No ano passado, quando Índia e África do Sul se movimentaram para a flexibilização das patentes, o Brasil se posicionou contra, representado pelo então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na época, o Brasil estava alinhado aos Estados Unidos, sob a gestão Donald Trump. Os americanos mudaram a posição após a posse de Biden.