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    Para Amoêdo, Brasil pode sair da crise muito mais fraco do que entrou

    Fundador do Novo aponta discordâncias em relação a medidas econômicas durante pandemia

    Da CNN, em São Paulo

     

    O fundador do partido Novo, o empresário João Amoêdo demonstrou preocupação com a intervenção política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pauta econômica. Para ele, diante desse cenário, o país pode sair da crise mais fraco do que entrou. 

    Amoêdo afirma que vê uma mudança no direcionamento em relação a uma agenda que já foi mais liberal, com foco na iniciativa privada. “Nós vimos uma mudança vindo com o plano Pró-Brasil, onde se previa obras públicas e gastos públicos. Me preocupa um pouco o que o presidente Jair Bolsonaro tem mostrado. É legítimo ele querer ser reeleito, mas não pode querer isso a qualquer custo”, disse.

    Além disso, Amoêdo afirmou estar muito preocupado com os posicionamentos de Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus. “Desde lá de atrás, minimizando a crise, dando maus exemplos, fazendo afirmações sem comprovar a veracidade delas, com a demissão do [ex-]ministro Sergio Moro [Justiça] e claramente caracterizando um crime de responsabilidade que deve ser investigado”.

    O empresário entende que as medidas tomadas por Paulo Guedes e pelo Ministério da Economia, em geral, estão indo na direção correta, mas enxerga alguns problemas. “Eu não gosto da ideia de começar a fazer coisas setoriais sem contrapartidas. Uma crítica que temos feito [o partido Novo] foi a questão do auxílio aos estados e municípios, que precisa ter um teto. O que faria diferente também é um compromisso mais forte do governo em relação às medidas que estão sendo utilizadas para que o [combate] ao coronavírus sejam temporárias e não permanentes”. 

    Romeu Zema

    O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi um dos poucos governadores que não assinou carta em apoio aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em meio ao embate do Congresso com o governo federal sobre o plano de ajuda a estados e municípios.

    Questionado sobre isso, Amoêdo disse que nem a sua posição nem a de Zema refletem a posição do Novo. “O Zema, como governador, entende o que é importante para o estado de Minas e ele tem uma boa relação com o presidente. Eu tenho uma independência maior”, afirmou. “Eu estou muito preocupado com a preservação das nossas instituições. Acho que por isso há um certo descasamento de opiniões, mas acho razoável que cada um coloque a sua”.

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