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    Bolsonaro conversa com Pazuello para ‘ajustar’ discurso sobre vacina

    Presidente surpreendeu ao afirmar que não irá adquirir a vacina chinesa da Coronavac

    Igor Gadelhada CNN

     

    O presidente Jair Bolsonaro conversou com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na manhã desta quarta-feira (21), para “ajustar” o discurso em relação à vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo.

    Em postagens nas redes sociais hoje pela manhã, Bolsonaro informou que sua decisão foi de não comprar a vacina chinesa. O anúncio foi feito horas após o Ministério da Saúde comunicar, na tarde desta terça-feira (20), que o governo brasileiro compraria 46 milhões de doses da vacina.

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    Eduardo Pazuello durante coletiva do Ministério da Saúde
    Eduardo Pazuello durante coletiva do Ministério da Saúde
    Foto: José Dias – 27.abr.2020 / PR

    Embora as postagens tenham surpreendido auxiliares de Pazuello e sido vistas como uma desautorização de Bolsonaro ao auxiliar, outros ministros do núcleo político do governo e assessores presidenciais ouvidos pela CNN negaram mal-estar entre o presidente e o titular da Saúde.

    “Presidente está com Pazuello. Ele falou com Pazuello hoje duas vezes. Estão só ajustando. Mas não teve estresse. Ele adora o Pazuello”, afirmou à coluna um ministro da ala política. As conversas teriam sido por telefone, enquanto o presidente viajava de Brasília para São Paulo.

    Segundo auxiliares presidenciais, o presidente já tinha conversado com Pazuello na segunda-feira (19), quando cobrou clareza sobre a não obrigatoriedade da vacinação e deixou claro que não queria anúncio de compra de vacinas ainda não aprovadas pela Anvisa.

    O povo brasileiro NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM (sic). Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”, escreveu Bolsonaro no Facebook nesta quarta-feira, chamando o imunizante de “vacina chinesa de João Doria”.

    Auxiliares presidenciais ressaltam que o presidente não gostou da forma como o Ministério da Saúde anunciou a compra da vacina. “Deu a entender que o governo brasileiro iria apostar tudo na vacina chinesa, antes de ela sequer estar autorizada”, disse à coluna um ministro do governo.

    Com suspeita de Covid-19, Pazuello cancelou toda sua agenda presencial do resto da semana. Ele aguarda resultado do teste para a doença e, enquanto isso, seguirá despachando do hotel de trânsito dos oficiais do Exército de Brasília, onde mora na capital federal.