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    Radar Político: As duas visões no governo Bolsonaro sobre a eleição nos EUA

    No Planalto, acredita-se em uma vitória apertada de Donald Trump, mas Itamaraty e embaixada em Washington já falam em triunfo de Joe Biden

    Da CNN

    No quadro Radar Político, na CNN Rádio, desta terça-feira (3), Fernando Molica, Caio Junqueira e Igor Gadelha analisam as implicações para o Brasil da eleição presidencial nos EUA, incluindo os possíveis reflexos da política externa brasileira.

    “O governo está meio dividido. Enquanto os auxiliares do Planalto apostam em reeleição apertada de Donald Trump, com 280 votos no Colégio Eleitoral – são necessário 270 para a vitória –, o Itamaraty e na embaixada do Brasil em Washington já preveem uma vitória esmagadora de Joe Biden, candidato democrata”, disse Gadelha.

    Ele afirmou que o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, tem evitado declarações públicas, mas tem demonstrado muita preocupação com as reais chances de vitória de Biden. 

    “O que se fala nos bastidores de Brasília é que uma eventual vitória democrata pode contribuir para a saída de Araújo e também do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que são dois ministros muito alinhados, hoje, à política americana de Trump”, completou.

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    Molica ressaltou, porém, que o complicado e “maluco” sistema eleitoral dos EUA, com a definição pelo Colégio Eleitoral, complica qualquer previsão sobre o resultado da votação.

    “Basta o erro das pesquisas em dois ou três estados para mudar a eleição inteira, não é uma votação decidida na contagem simples dos votos. Nem sempre o mais votado leva, como foi o caso da última eleição, em que o Trump teve quase três milhões de votos a menos que a Hillary [Clinton] e acabou vencendo por causa dessas regras”, disse.

    Cartela Radar Político - Rádio CNN
    Igor Gadelha, Caio Junqueira e Fernando Molica comandam o Radar Político, na CNN Rádio
    Foto: CNN Brasil

    Por fim, Junqueira destacou que o grande impacto de uma vitória de Biden seria uma possível mudança no estilo de fazer política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem como referência o estilo de Trump.

    “Mas em termos de relações bilaterais, o Itamaraty diz que os EUA sempre foram muito pragmáticos, e que essa possibilidade não resultaria em interferência nessas relações.”

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