Em depoimento, Elcio Franco evita polêmica e não usa broche com caveira na CPI
No Palácio do Planalto, havia receio de que o ex-secretário comparecesse à comissão de inquérito com símbolo de uma caveira atravessada por uma faca
Em seu depoimento à CPI da Pandemia, o assessor especial da Casa Civil Elcio Franco evitou causar polêmica e trocou broche com a imagem de uma caveira atravessada por uma faca por outro com apenas um punhal.
Franco iniciou seu depoimento nesta quarta-feira (9) se solidarizando com as famílias das mais de 470 mil vítimas do coronavírus.
O símbolo de um crânio atravessado por uma faca causou polêmica no ano passado quando foi utilizado pelo coronel aposentado do Exército em entrevista à imprensa.
Na época, assessores presidenciais avaliaram que a imagem não era adequada para um momento em que o país atravessa uma pandemia de saúde, com número elevado de mortes.
Na terça-feira (8), véspera do depoimento de Franco, integrantes do Palácio do Planalto defendiam que o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde não utilizasse o símbolo da caveira, para não causar mais polêmica.
O broche da caveira atravessada por uma faca não tem relação com a pandemia do coronavírus. Ele é um símbolo do curso de preparação de ações de comando do Exército, realizado por Franco.
A imagem apenas do punhal, que já foi usada por Franco em outras oportunidades, remete a outro curso de comando do Exército, desta vez operacional.
No depoimento desta quarta-feira (9), assim como o ex-ministro Eduardo Pazuello (Saúde), Elcio Franco conta com apoio de um advogado público encaminhado pela AGU (Advocacia-Geral da União) para auxiliá-lo durante o depoimento.
A participação dele foi inicialmente marcada para maio, mas não ocorreu porque ele contraiu o coronavirus. Nesse meio tempo, a CNN apurou que Elcio solicitou a companhia de um advogado da AGU para acompanhá-lo.
A advocacia confirmou que cedeu um advogado e que haverá o aconselhamento de Elcio durante o depoimento se preciso.
Na Saúde, Elcio era responsável pelos principais atos da pasta, desde portaria para determinação de regras sanitárias nas fronteiras a compra de vacinas. Depois de deixar a Saúde, foi nomeado assessor especial na Casa Civil.