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    Procuradora explica etapas de inquérito de Sergio Moro contra Bolsonaro

    Ex-ministro depõe neste sábado (2) sobre acusações de interferência política do presidente na Polícia Federal

    Da CNN, em São Paulo

    O depoimento do ex-ministro Sergio Moro neste sábado (2) dá início a um inquérito da Polícia Federal que investiga as acusações de suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à instituição policial. Para entender os meandros do processo, a procuradora da República Thaméa Danelon esclareceu à CNN os principais pontos e prováveis etapas da investigação.

    Thaméa explicou que o pedido de abertura do inquérito foi feito pelo procurador-geral Augusto Aras, pois somente ele teria a atribuição de investigar eventuais atos do presidente da República. “Mas claro que um delegado de polícia também vai conduzir esse inquérito e acredito ele fará as perguntas pertinentes [a Moro]. Os procuradores designados pelo procurador-geral da República para acompanhar a investigação também poderão fazer perguntas ao ex-ministro Sergio Moro”, disse.

    A procuradora admitiu que a abertura e início das diligências para esta invesigação foram mais rápidas do que as demais acompanhadas pela Justiça. “Como não conseguimos trabalhar com todos os casos da mesma forma, temos que trabalhar com prioridades. Esse caso é prioritário, é importante, envolve um ex-ministro e um presidente da República, então foi acertada a rapidez para marcar a coleta de depoimentos.”

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    Sergio Moro afirmou ter provas para comprovar as acusações contra Jair Bolsonaro e, se assim o fizer, elas deverão ser validadas pela própria Polícia Federal. “A PF tem fé pública, então não haveria necessidade de periciar [o celular de Moro] para saber se aquelas conversas são ou não verdadeiras porque foram extraídas diretamente do próprio aparelho”, explicou a procuradora.

    O pedido de Aras foi aceito pelo decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, mas Thaméa Danelon disse que isso não significa uma participação ativa do ministro no processo.

    “Nunca uma investigação é presidida ou conduzida pelo juiz, seja ele do Supremo ou qualquer tipo de juiz, uma investigação criminal, a princípio não tem qualquer participação de membro do Judiciário. Quem conduz uma investigação, se é inquérito policial, é um delegado; se é investigação do Ministério Público, vai ser membro do Ministério Público. (…) A participação de Celso de Mello acontecerá quando demandar uma interfêrencia da Justiça”, disse.

    O presidente Jair Bolsonaro também poderá ser intimado a depor na Polícia Federal durante o inquérito. Danelon, no entanto, não acredita que isso aconteça nos estágios iniciais da investigação.

    “Hoje acontece essa primeira diligência e depois disso outras serão feitas. Geralmente, o investigado não é ouvido logo no início. É importante coletar o maior número de provas possíveis, ouvir eventuais testemunhas, para diante dessas evidências ouvir o investigado sobre o que foi apurado.”

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