G7 quer incluir ex-ministros e poupar Bolsonaro em relatório preliminar
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) era contrário a um relatório preliminar, mas vem sendo convencido principalmente pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM)
O G7, grupo de senadores de oposição e independentes que comandam a CPI da Pandemia, estuda indicar no relatório preliminar da comissão crimes cometidos pelos ex-ministros e ex-assessores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na pandemia.
Isso significa já incluir neste primeiro documento os indicativos de crimes e prováveis pedidos de indiciamento, por exemplo, dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo e do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten. E remeter desde já ao Ministério Público Federal para análise.
A ideia vem ganhando força no grupo, porque há a percepção de que é preciso mostrar os primeiros resultados para a população dos trabalhos da CPI e também finalizar um primeiro capítulo da apuração envolvendo o governo federal para dar sequência, depois, a outros temas.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) era contrário a um relatório preliminar, mas vem sendo convencido principalmente pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).
O G7, porém, diverge quanto à eventual inclusão do presidente Jair Bolsonaro neste primeiro documento. Há uma divisão quanto a isso. Senadores de partidos de oposição, como o PT, defendem a inclusão do presidente já nesta primeira versão. Senadores de partidos independentes, como MDB e PSD, avaliam que não é a hora ainda.
A ideia é que o documento seja apresentado em até 30 dias. Até mesmo a indicação do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) para a vaga de Marco Aurélio Mello entrou no cálculo.
O G7 quer enviar um relatório após a indicação para pegar Augusto Aras, procurador-geral da República, insatisfeito caso seja preterido na indicação presidencial. Hoje, o favorito para o posto é o advogado-geral da União, André Mendonça.
Nos bastidores, o governo tem se posicionado contrário à ideia. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), alertou que qualquer relatório preliminar, ainda mais nesses termos, precisa ser aprovado. O G7 rebate: argumenta que, sendo preliminar, não precisa ser aprovado.