No dia 19, CPI vai ouvir o civil e não o general Pazuello, diz Rogério Carvalho
Senador, que é suplente na comissão, afirma que pedido para adiar oitiva pode ser considerado uma manobra se ex-ministro não apresentar teste de Covid-19
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou nesta sexta-feira (7) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello será ouvido pela CPI da Pandemia, no dia 19, como civil e não como general do Exército.
“A intenção não é fazer confronto com nenhuma instituição. Ele alegou que estava afetado com a doença altamente transmissível, então a gente pressupôs que ele agiu de boa-fé e vamos ouvi-lo no dia 19”, disse Carvalho, em entrevista à CNN, em referência à nova data da oitiva do ex-ministro.
“Tem um detalhe que não vamos aceitar: não vamos aceitar o Pazuello general, mas o Pazuello que vestiu roupa civil. Ele foi para o Ministério todos os dias como um civil e vai ser recebido na CPI como um civil”, completou.
Ele disse ainda que, caso não apresente resultado de um teste positivo para Covid-19, o pedido de adiamento do depoimento pode ser considerado uma manobra. “Mas ninguém vai conseguir mudar a realidade e o tempo que ele ficou no Ministério e o que ele não fez ou fez intencionalmente e acabou ajudando o vírus a se espalhar por todo o Brasil.”
O senador petista, que é suplente na comissão, acredita que será muito difícil, ainda que Pazuello tenha orientações e treinamentos, manter sempre as mesmas respostas em um depoimento que deve durar de 8 a 10 horas.
“Os senadores todos, fazendo perguntas e mostrando as evidências da catástrofe que foi seu período à frente do Ministério, é difícil que ele consiga dar respostas convincentes. O difícil é resistir a mesma pergunta e dar a mesma resposta dez vezes”, afirmou.
“Ontem [quinta-feira] o [atual ministro, Marcelo] Queiroga também foi nessa linha, mas chegou uma hora que se apresenta um documento, um dado oficial e, aí, não tem como sustentar o que vinha dizendo durante toda a oitiva.”
Por fim, Carvalho disse que os depoimentos até agora na CPI mostram que todos os que comandam a Saúde são forçados a seguir as vontades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Quem vem mandando no Ministério da Saúde é o presidente Jair Bolsonaro e aqueles que discordaram dele em alguma medida rapidamente foram substituídos.”