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    Para Executivo, PT é o maior derrotado das eleições; base no Congresso discorda

    Para parlamentares da própria base do governo, o capital político de Bolsonaro é o maior perdedor desta votação

    Prédio do Congresso Nacional, em Brasília
    Prédio do Congresso Nacional, em Brasília Foto: Ricardo Moraes / Reuters

    Bárbara Baião, da CNN, em Brasília

    Embora os candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenham submergido nas eleições municipais 2020, uma ala do governo tenta emplacar a narrativa de que o PT foi o maior derrotado.

    O argumento é o de que a sigla, mesmo se ganhar todas as prefeituras que disputa no segundo turno, vai conquistar menos cidades do que no pleito anterior, além de ter perdido protagonismo no campo progressista. Esse cálculo está por trás da publicação feita pelo presidente da República nas redes sociais nesse domingo (15), ressaltando que “a esquerda sofreu uma histórica derrota nessas eleições”.

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    Outra avaliação de integrantes do Executivo é a de que os partidos tradicionais voltaram a ter força e que o presidente deveria repensar a intenção de criar o Aliança pelo Brasil.

    Dirigentes de siglas do Centrão ouvidos pela CNN ponderam que o fato de Bolsonaro não estar filiado a um partido contribuiu para que o eleitor tivesse dificuldades em enxergar “onde está o patrimônio eleitoral do presidente”, mesmo que ele tenha declarado apoio a candidatos em transmissão na internet, ao longo da última semana. 

    Parlamentares da própria base do governo ressaltam que o capital político de Bolsonaro é o maior perdedor desta eleição municipal. Contudo, o tom é de cautela sobre o cenário em relação à eleição presidencial de 2022. A avaliação é de que, antes de cogitar até mesmo um reposicionamento político, migrando, por exemplo, para uma legenda tradicional, Bolsonaro “precisa resolver a economia”.

    O primeiro dilema, segundo essas fontes, já está posto: a viabilidade política e fiscal de conseguir tirar do papel um projeto social mais robusto do que o atual Bolsa Família. Isso porque, com o pagamento do auxílio emergencial, a base eleitoral do presidente mudou, e a medida é lida por esses parlamentares como “fundamental” para manter a popularidade em tradicionais redutos do PT, como no Nordeste.