PGR defende no STF que Witzel continue afastado do cargo
Para Aras, a decisão de afastamento amparou-se em provas que apontam para a prática de condutas criminosas; Witzel nega acusações
O procurador-geral da República, Augusto Aras, apresentou manifestação ao Supremo Tribunal Federal para que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), continue afastado do cargo. O PGR opinou pela manutenção da decisão do Superior Tribunal de Justiça que tirou Witzel de suas funções por 180 dias.
Witzel foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro por supostamente integrar um esquema de desvio de recursos da saúde. O político, que também é alvo de um processo de impeachment, nega as acusações. Para a PGR, a decisão de afastamento amparou-se em provas que apontam para a prática de condutas criminosas.
Segundo a manifestação, há “fortes indícios de uso de influência política decorrente do mandato eletivo para engendrar o esquema criminoso descrito nos autos subjacentes, justificando o afastamento dos agentes envolvidos de seus cargos políticos.”
Leia e assista também
Prazo para defesa de Witzel no Tribunal Misto termina nesta segunda
Contratos de OSs da saúde do Rio não têm fiscais desde agosto
“O eventual acolhimento das alegações do agravante, em especial daquelas relacionadas à suposta ausência de interferência nas investigações, demandaria avaliação fático-probatória incompatível com os estreitos limites do Habeas Corpus, circunstância que deixa ainda mais evidente a inadequação da via eleita para os fins pretendidos”, afirmou Aras.
No dia 28 de setembro, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou um novo pedido da defesa do governador afastado. A ação foi apresentada no dia 14 de setembro, dias após outra decisão que também negou suspender o afastamento determinado pelo STJ.
Segundo Fachin, o tipo de ação escolhida pelos advogados, um habeas corpus, não é o meio adequado para enfrentar o tema. Ao recorrerem, os advogados alegaram que Witzel não teve direito ao “contraditório” com relação ao afastamento. Ou seja, alegam que o governador não pode apresentar sua defesa antes que a decisão fosse tomada.