William Waack: o governo dentro do governo Bolsonaro
Projeção do vice-presidente por temas como política econômica, política ambiental e política externa causa ciúmes no presidente Jair Bolsonaro
No quadro CNN Poder desta segunda-feira (26), na CNN Rádio, William Waack falou sobre a briga entre os ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro e a projeção do general Hamilton Mourão, vice-presidente brasileiro.
“O que estamos vendo acontecer dentro do governo brasileiro é uma rearticulação de forças importantes. Temos de um lado a ala política/ideológica, que tem muito peso e que encontra expoentes, por exemplo, no ministro do Meio Ambiente [Ricardo Salles] que ganha a possibilidade de dizer coisas que, talvez, o chefe dele não queira dizer em público”, diz Waack.
Um dos problemas, no caso, seria justamente quem é o chefe, de fato, de Salles: o vice-presidente, que Waack considera ser “uma espécie de governo dentro do governo”.
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“Cabe a Mourão, um general de formação sólida, cuidar daquilo que é nevrálgico do ponto de vista da política econômica, do ponto de vista da política ambiental e também da política externa brasileira, que são as questões ambientais”, explica o jornalista.
E, segundo Waack, essa projeção do vice-presidente provoca “um bocado de ciúmes em Jair Bolsonaro, famoso por sentir ciúmes da projeção que alguns de seus ministros conseguem”.
E onde entra o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos – alvo das críticas de Salles?
“É ele que cuida da articulação política, ou seja, administra a chave do cofre para os políticos do Centrão. E esses políticos viram ali, de certa maneira, na posição de Ramos – que não é um político profissional e nem experimentado –, alguém que eles podem mais ou menos dizer qual é a música que tem que ser dançada.”
(Edição: André Rigue)