Rompido com Maia, Guedes busca Alcolumbre, mas também enfrenta resistência
Chefe da equipe econômica tem disparado ligações para Alcolumbre, em uma tentativa de ampliar o diálogo, mas enfrenta resistências do presidente do Senado
Rompido com Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem tentando se aproximar do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), nos últimos dias.
Segundo apurou a CNN, o chefe da equipe econômica tem disparado ligações para Alcolumbre, em uma tentativa de ampliar o diálogo, mas enfrenta resistências do presidente do Senado.
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Interlocutores de Alcolumbre dizem que o senador evitou atender as ligações inicialmente. Quis mandar o recado de que está irritado com as recentes críticas de Guedes ao Congresso Nacional.
Nas últimas semanas, o ministro acusou o Senado de cometer um “crime contra o país” ao derrubar veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até o final de 2021.
Senadores aprovaram um convite para Guedes se explicar. O ministro aproveitou ida à comissão sobre a Covid-19 nesta semana para pedir desculpas. Disse que a fala foi “muito mais um lamento que uma ofensa”.
Rompimento com Maia
Nesta quinta-feira (5), o presidente da Câmara anunciou que não dialoga mais com Guedes, após o chefe da equipe econômica vetar um almoço de seus auxiliares com Maia na última quarta-feira (2).
O almoço seria entre Maia; Bruno Funchal, secretário do Tesouro; e Esteves Conalgo, assessor especial de Guedes. Eles tratariam do chamado Plano Manuseto, pacote de medidas de equilíbrio fiscal para os estados.
De última hora, Funchal e Conalgo cancelaram o almoço, alegando que o chefe da equipe econômica não tinha autorizado os dois auxiliares a se encontrarem com o presidente da Câmara.
Segundo apurou a coluna, Guedes está incomodado com o fato de Maia preferir dialogar com seus assessores do que com ministro. Avalia que Maia age para escanteá-lo das negociações.
Irritado, presidente da Câmara avisou que só negociará com equipe econômica por meio do Planalto. Deputados garantem, contudo, que diálogo direto com área técnica da Economia continuará ocorrendo.