Governo insiste em Ramagem e tenta sinal verde da Justiça
Em pedido da AGU ao STF, governo dá novos elementos à narrativa sobre o que Jair Bolsonaro teria dito ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro
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O governo tenta abrir caminho para que o presidente Jair Bolsonaro realize seu desejo de indicar Alexandre Ramagem, que está impedido por uma decisão liminar de tomar posse como diretor-geral da Polícia Federal.
Dois dias após escolher Rolando Alexandre para o comando da Polícia Federal, o governo pediu para a justiça reconsiderar o nome de Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF. O documento veio à tona hoje.
No pedido, o governo também dá novos elementos à narrativa sobre o que Bolsonaro teria dito ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro. “Quando a autoridade impetrada faz menção de receber ‘relatórios de inteligência’, cabe esclarecer que esta é uma demanda completamente legítima”, diz a AGU.
De acordo com o Planalto, nem todas informações estratégicas chegam a ser compartilhadas pela Polícia Federal com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e, diante disso, Bolsonaro teria lançado mão do “princípio da oportunidade”. Ou seja, ele mesmo pediu as informações a Moro. O governo compara a situação com a queda das Torres Gêmeas. “Qual utilidade teria um excelente relatório produzido por um oficial de inteligência, no qual é informado que terroristas realizariam ataques contra as torres do World Trade Center e contra o Pentágono, se esse relatório chegasse às mãos dos tomadores de decisão um dia após o atentado?”, afirma o texto do governo.
O documento traz também a informação de que o delegado federal Alexandre Ramagem preenche os requisitos objetivos e subjetivos para o desempenho das funções de diretor-geral e que ele tem apoio das entidades que representam delegados e agentes federais. Ou seja, não seria um problema para a categoria.