Em aceno ao Congresso, governo libera recursos para Saúde, mas desagrada centrão
Critério do governo para distribuir R$ 13 bilhões para estados e municípios desagradou partidos no Congresso; aliados querem prioridade no repasse de verbas
O critério utilizado pelo governo para distribuir R$ 13 bilhões para estados e municípios no combate ao novo coronavírus desagradou partidos de centrão no Congresso Nacional.
Desde que a portaria foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 1º de julho, parlamentares reclamam que estão com dificuldades em “apadrinhar” o envio do dinheiro para as bases eleitorais. Isso porque o critério de distribuição utilizado não deixa claro quem fez a indicação, e permite ainda que mais de um parlamentar encaminhe recursos a um mesmo destino.
Por causa do ruído nas bancadas, líderes partidários chegaram a defender a revogação da portaria. Um parlamentar do centrão na Câmara explicou à CNN que até as prefeituras estão com dificuldades em identificar o que seria ação do parlamentar e o que seria recurso de apoio do governo federal.
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Além da disputa pela origem da verba, siglas que negociam a formação de uma base aliada, como o Progressistas, argumentam que deveriam ter a prioridade na indicação do dinheiro.
De acordo com fontes que acompanham as negociações, dos R$ 13 bilhões previstos na portaria, R$ 7 bilhões foram prometidos aos parlamentares mais alinhados ao governo. Já os outros R$ 6 bilhões foram aplicados segundo definições técnicas do ministério da Saúde.
O foco foi o atendimento a prefeitos e governadores que, embora não fossem comandadas por siglas aliadas, necessitam dos recursos por causa da pandemia – priorizando cidades com menor número de habitantes e maior incidência de casos.