Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Por ver parcialidade, STF anula condenação de doleiro por Moro no caso Banestado

    Prevaleceu o voto do ministro Gilmar Mendes, para quem ex-juiz exerceu funções típicas de órgãos de investigação e acusação

    Gabriela Coelho , Da CNN, em Brasília

    A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta terça-feira (25), anular a condenação do doleiro Paulo Roberto Krug por suposto esquema de fraude no antigo Banco do Estado do Paraná (Banestado). O caso tinha sido julgado pelo então juiz Sergio Moro.

    Prevaleceu o voto do ministro Gilmar Mendes, presidente do colegiado, que foi acompanhado por Ricardo Lewandowski. Eles entenderam que o ex-juiz atuou com parcialidade. Votaram em sentido contrário os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. Como o ministro Celso de Mello não estava presente na sessão, pois cumpre licença médica, o empate foi favorável ao réu.

    “A atuação do ex-magistrado não ficou limitada à homologação das delações. Pelo contrário: ele exerceu funções típicas dos órgãos competentes de investigação e acusação. Não se trata de uma simples incorreção da atividade judicial, mas uma evidência de que o magistrado atuou concretamente para a produção provas e, ao que tudo indica, com unidade de desígnios em relação ao Ministério Público”, disse Gilmar. 

    Leia e assista também

    STF exclui delação de Palocci de ação contra Lula na Lava Jato

    Defesa de Lula avalia usar falas de Aras contra Lava Jato em processos

    Quem são os próximos ministros a deixar o STF

    Com a licença médica de Celso de Mello, os ministros aplicaram o entendimento no direito penal de que o empate favorece o réu – no caso, o doleiro Paulo Roberto Krug.

    No caso em questão, os ministros analisaram argumentos da defesa de que Moro desempenhou funções típicas da acusação ao longo da fase processual – argumento muito parecido com o que está sendo usado agora pelas defesas de réus da Lava Jato, a partir da divulgação de mensagens no Telegram atribuídas a Moro e outros integrantes da Lava Jato em Curitiba.

    Caso

    As investigações do caso Banestado foram realizadas a partir de 2003. Moro era o juiz do caso e homologou, na época, o primeiro acordo de delação premiada do país. O delator era o doleiro Alberto Youssef 

    O caso é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “um dos maiores esquemas criminosos que já existiu” e apurou o envio de mais de U$ 30 bilhões remetidos ilegalmente ao exterior entre 1996 e 2002 via agência do Banco do Estado do Paraná (Banestado) em Foz do Iguaçu.

    Tópicos