Deputados Marcelo Freixo e Luiz Lima debatem sobre atos pró e contra governo
Segundo Freixo, Bolsonaro estimula atos com pedidos de intervenção militar; para Lima, grupos que "clamam por ditadura" não representam presidente
Os deputados federais Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Luiz Lima (PSL-RJ) falaram à CNN nesta segunda-feira (1º) sobre as manifestações pró e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) que marcaram o domingo (31).
Para Lima, “manifestações democráticas e pacíficas são bem-vindas e positivas para a democracia”, mas violência e baderna não. Freixo concordou e disse que “violência não é instrumento de nenhuma manifestação”. O deputado do PSOL defendeu também que não deveria estar havendo nenhuma manifestação no país em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Temos 514 mil brasileiros infectados pelo coronavírus. Nós já chegamos ao número de 30 mil brasileiros mortos. Somos o quarto país em número de mortes, o segundo em número de contaminados”, disse. “Nesse momento, nós dois [ele e o deputado Luiz Lima], deveríamos estar vindo aqui para falar de saúde pública, ampliação de leitos e respiradores”, disse.
Freixo falou ainda que todos deveriam estar seguindo as orientações dos profissionais da saúde, que é manter o isolamento social e respeitar as vidas. “Mas o presidente da República não só estimula as manifestações, como participa das manifestações”, disse Freixo.
O parlamentar do PSL falou que acompanhou durante toda a tarde de ontem as manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, e em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o ato pró-governo ocorreu de maneira “espontânea, democrática, como sempre aconteceu em relação ao apoio ao presidente Jair Messias Bolsonaro”.
“Desde a eleição essas manifestações estão sendo espontâneas, sem violência, sem baderna, com a presença de crianças, senhores, de papai, de mamãe, dos tios”, afirmou.
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Lima disse ainda que está “estarrecido” com alguns intelectuais que batem palmas para atitudes marginais e que “se não fosse a ação da Polícia Militar do estado de São Paulo, as famílias teriam sido agredidas”.
Freixo falou que “não pode haver violência em qualquer manifestação, seja a favor ou contra o governo”, mas que as manifestações pró-governo pedem também o fechamento do Congresso e intervenção militar — o que o deputado do PSOL classificou como uma “agenda fascista”.
“Se alguém concorda com isso, tem que entregar o seu mandato para ser coerente”, afirmou o parlamentar do PSOL.
O deputado Lima disse que manifestações envolvem um grande grupo de pessoas e terá sempre grupos minoritários com comportamentos desaprovados pelo presidente.
“Esses grupos que clamam por ditadura militar, fechamento do Congresso, do STF, [volta do] AI-5, não representam as manifestações e tampouco a opinião do presidente e das Forças Armadas, que sequer têm vontade de implantar uma ditadura militar. Esse discurso da oposição vem com intenção de desestabilizar o governo”, afirmou.
(Edição: Bernardo Barbosa)