Gestão de Covas recebeu Boulos pelo menos 8 vezes para tratar de moradia popular
Ex-secretário municipal de Habitação de São Paulo, João Farias diz que os dois sempre tiveram boa relação
A gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) recebeu em pelo menos oito oportunidades o rival do tucano no segundo turno, Guilherme Boulos, do PSOL. Em duas delas, o encontro foi com o prefeito presente.
A relação de enfrentamento entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a prefeitura de São Paulo, da época em que João Doria (PSDB) era prefeito, mudou da água para o vinho quando Covas assumiu.
Foi assim na criação do programa de moradia popular “Pode Entrar”, criado por Covas para ocupar o vácuo deixado com a paralisação do Minha Casa Minha Vida. Boulos participou ativamente da construção do projeto junto com a equipe do tucano.
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O ex-secretário municipal de Habitação João Farias diz que os dois sempre tiveram boa relação. Farias, que é do Republicanos, deixou a pasta quando a candidatura de Celso Russomano ganhou força no partido.
“Sempre foi uma relação extremamente cordial, uma relação de respeito. Tanto que em nenhum momento, o Boulos teceu qualquer crítica em relação ao trabalho do Bruno na área habitacional durante a campanha”, disse Farias em entrevista à CNN.
Ocupação Palestina
Uma das reivindicações de Boulos e do MTST atendida pela prefeitura de São Paulo na gestão de Bruno Covas foi o decreto de área de interesse social para a região da Ocupação Palestina, no Jardim Ângela, extremo sul de São Paulo.
Com isso, Covas conseguiu desapropriar a área judicialmente, o que impediu uma possível reintegração de posse por parte do então proprietário do terreno.
Verbas da gestão Temer
Um outro pleito de Boulos atendido pela equipe de Covas foi o movimento da prefeitura para tentar liberar recursos da Caixa Econômica Federal para uma entidade ligada ao MTST em outro programa habitacional.
O empreendimento de moradia popular tinha sido aprovado pelo governo Temer, mas a verba foi bloqueada pela gestão de Jair Bolsonaro. A gestão Covas entrou no circuito, até porque R$ 30 milhões do custeio do programa sairiam dos cofres da administração municipal. Mas o ofício enviado ao ministro Rogério Marinho não ajudou a liberar o dinheiro e as casas seguem sem previsão de entrega.