Mandetta teve momento de palanque político na CPI, diz senador Jorginho Mello
Em entrevista à CNN, membro da comissão diz que ex-titular do Ministério da Saúde 'foi mais político do que ministro'
O senador Jorginho Mello (PL-SC), membro da CPI da Pandemia, afirmou nesta quarta-feira (5) que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta aproveitou seu depoimento de mais de 7 horas na comissão para “fazer palanque político”.
“O ex-ministro fala muito bem, foi deputado federal, se comunica muito bem, e teve o momento de fazer um grande palanque político ontem [terça-feira]. E aproveitou isso”, disse Mello, em entrevista à CNN.
“O ministro teve um momento de exposição, de 7 horas, para falar o que quis, com desenvoltura. Diz que quer ser candidato [à presidência], é um direito dele, está tudo certo. O que a CPI anotou, o que está sendo gravado, compilado para o relatório final, depois a gente vai ver, vai ser votado”, continuou.
Mello, que é vice-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também afirmou que o Planalto não tem uma estratégia para tentar camuflar os assuntos tratados na CPI.
“Estratégia ninguém fala. Eu próprio tenho feito algumas indagações, tenho ouvido, nossa participação é ouvir, prestar atenção em algumas recomendações técnicas”, afirmou.
“Eu sou vice-líder do governo, então não há mal nenhum em ouvir alguma dica, alguma orientação do governo. Mas nunca teve, o governo não está preocupado com estratégia para camuflar isso ou aquilo. A sociedade conhece o que aconteceu.”
Na sua opinião, o principal papel da pandemia será investigar os “caminho do dinheiro” usado ao longo da pandemia.
“Porque teve governador e prefeito que pagou folha de pagamento [com verbas para a pandemia], que fez obra estruturante no seu município, pagou precatório e, por isso, que faltou leito”, afirmou, sem entrar em detalhes.
“A CPI é um remédio amargo que se tem, que tem que ser aplicado e torcer para que tenha efetividade – não fique só fazendo palanque político para alguém fazer média.