Pedido de Pazuello por HC é para se preservar, diz senador governista
Para Marcos do Val (Podemos-ES), a decisão de pedir o habeas corpus para Pazuello foi tomada após a sessão que ouviu Fabio Wajngarten
Em entrevista exclusiva à CNN, o senador Marcos do Val (Podemos-ES), integrante suplente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, avaliou que o pedido de habeas corpus expedido pela Advocacia-Geral da União (AGU) para o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pode passar a impressão de que o militar é culpado, mas tem como o objetivo preservar o general.
“[Pedido de habeas corpus] até pode passar [a impressão de que Pazuello é culpado]. Mas para toda ação, há uma reação. O que aconteceu na CPI, com toda a certeza, botou como uma decisão esse movimento da AGU. Como vai colocar um general em uma posição tão delicada como essa? É natural que, diante de todas essas estabilidades emocionais que estão tendo dentro da CPI, ele tome um caminho que possa preservar ele como pessoa, como instituição e como ex-ministro”, disse.
Para o parlamentar, a decisão de pedir o habeas corpus para Pazuello foi tomada após a sessão que ouviu o ex-secretário especial de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten.
Durante o depoimento do ex-secretário, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), chegou a pedir a prisão dele. O pedido, no entanto, foi negado pelo presidente da sessão, senador Omar Aziz (PSD-AM).
“Se tivéssemos um relator ponderado, que não tivesse esse sentimento de vingança ou de palanque… seja o que for. Eu acho que Renan Calheiros tem uma história longa no Congresso. Acho que ele poderia estar mais racional e tratando todos de forma igualitária, como tratou o [Luiz Henrique] Mandetta, como poderia tratar o Fabio [Wajngarten]. Quer dizer, tratando todos de forma muito igualitária para que não intimidasse os próximos [depoentes]. Com certeza, o Pazuello está tomando essa decisão em análise com o que aconteceu com o Fabio”, afirmou.
Ainda na avaliação do parlamentar, o depoimento de Wajngarten foi “péssimo para ambos os lados” e afirmou que as declarações feitas pelo ex-secretário à revista Veja foram dadas durante um “desiquilíbrio emocional”.
“O Fabio, claramente, se colocou como uma pessoa que tava muito magoada com o governo e buscou a Veja para fazer um desabafo em um momento de desiquilíbrio emocional. Depois desse desabafo, saiu a emoção e veio a razão. Quando ele sentou na CPI, ele já estava mais racionalizado e começou a confrontar as falas que ele deu à revista. Por isso, pareceu, em muitas vezes, essa questão de ele estar mentido. Por isso a emoção é um perigo”, ressaltou.