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    Pacote de ajuda é muito bem-vindo, dizem prefeitos de Belém e Florianópolis

    Zenaldo Coutinho (PSDB) e Gean Loureiro (DEM) falaram com a CNN sobre comunicação com os governadores e declarações de Bolsonaro

    Da CNN, em São Paulo

     

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (30), os prefeitos de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), e de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), disseram que o pacote de socorro financeiro a estados e municípios é “muito bem-vindo”. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fecharam acordo sobre o pacote.

    Segundo Zenaldo, a situação orçamentária da capital paraense é bastante delicada a nível orçamentário.

    “Belém tem hoje a segunda pior receita per capita das capitais brasileiras. Essa fragilidade econômica gera consequências óbvias nas políticas públicas. Então, neste momento de fragilidade profunda, qualquer ajuda é muito bem-vinda”, disse. “Nós conseguimos modernizar a estrutura de saúde, mas isso tudo passa a ser pequeno diante da enorme demanda pela proliferação do contágio do vírus aqui na nossa cidade”. 

    Gean Loureiro declarou que é “sempre bom ter um acordo político” e que “o atrito entre os poderes não beneficia ninguém”. Segundo o prefeito, Florianópolis preparou-se para enfrentar a crise independentemente “de aguardar uma ajuda do governo federal”.

    “Fomos uma das primeiras cidades do Brasil a adotar medidas de distanciamento social, no dia 13 de março. Isso afetou drasticamente a situação de uma cidade turística que tem como principal tributo o ISS [Imposto Sobre Serviços]. Nossa expectativa é recuperar esta receita”, afirmou.

    Gean acrescentou que a capital do estado de Santa Catarina já possuía uma estrutura de equipamentos de proteção individual (EPIs) e muitos testes para testar a população. “Esse acordo é uma notícia positiva para avançar o trabalho que já estava sendo feito. Nosso investimento vai continuar sendo nessa estrutura”, disse.

    Comunicação

    Zenaldo Coutinho admitiu que Belém tem tido “algumas dificuldades relacionais históricas com o governo do estado”.

    “Nós temos procurado defender intensamente a integração, a fim de salvarmos vidas. Estamos com as portas de entrada das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e prontos-socorros completamente saturadas e com todos os espaços de salas de reanimação ocupadas. Em contrapartida, uma parte expressiva de leitos de hospitalização administrados pelo governo estão sem uso”, afirmou. “Isso gera um prejuízo muito grave na saúde das pessoas. Mas estamos lutando para intensificar o diálogo”. 

    Já em Florianópolis, Gean disse que trabalham de maneira integrada. As únicas divergências, segundo ele, foram relacionadas ao posicionamento quanto ao distanciamento social.

    “Em algumas oportunidades, o governo anunciou a flexibilização e Florianópolis manteve”. Mas, de acordo com o prefeito, isso não gerou um atrito político. “Nosso desejo é poder continuar com esse trabalho e com essa relação de integração, de somar forças”.

    Bolsonaro

    Questionados sobre as críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a governadores, o prefeito de Belém disse estar buscando aprofundar as relações com o governo federal para que as contribuições cheguem e consigam reforçar as estruturas para combater o coronavírus.

    “Precisamos estar juntos, unir forças com os meios de comunicação, com estabelecimentos de instituições de governos e privados para vencer essa luta”, afirmou. 

    Para Gean, este não é o momento para briga política e Florianópolis “não tem tempo para isso”. “Nosso papel é de integração. Respeitamos a hierarquia do Sistema Único de Saúde, as orientações e ordenamentos do Ministério da Saúde e da secretaria estadual e municipal de saúde”, explicou.

    “Acho que o presidente traz nessa declaração muito mais uma responsabilidade que todos têm que ter. Eu estou assumindo as minhas aqui em Florianópolis e os prefeitos vêm assumindo as suas nos municípios. Nosso desejo é que isso possa continuar acontecendo”, concluiu.

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