Lula diz a aliados que não abre mão de julgamento de suspeição de Moro
Moro não pode sair dessa por esse atalho, disse Lula, segundo aliados, após decisão de ministro Edson Fachin
Após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar nesta segunda-feira (8) a anulação de todas as condenações proferidas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato, o petista disse a aliados que não abre mão do julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro.
Segundo aliados, Lula afirmou que Moro não pode sair dessa história por esse atalho. Segundo relatos feitos à CNN, o ex-presidente disse a aliados esperar que o Supremo não abra mão de julgar o habeas corpus que questiona a parcialidade de Moro.
Procurado pela CNN, Moro não quis comentar.
A CNN apurou que, apesar de Fachin ter considerado prejudicados todos os habeas corpus apresentados pela defesa do ex-presidente questionando a conduta da Justiça, há um movimento no Supremo para que a suspeição de Moro seja julgada pela Segunda Turma do tribunal.
No mundo jurídico e político, inclusive, há uma expectativa de que esse julgamento possa acontecer ainda nesta semana. No Supremo, há quem aposta até numa possível retomada da discussão nesta terça (9).
Para isso, o ministro Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma, precisa apenas levar o caso ao colegiado. O julgamento foi interrompido em 2018, quando Gilmar pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo.
Na avaliação de Lula e de seus aliados, só a suspeição de Moro tem o alcance que a defesa do petista almeja há alguns anos.
Ao decidir apenas sobre a incompetência do ex-juiz, Fachin não anulou os processos, apenas os remeteu para a Justiça Federal do Distrito Federal. Ou seja, todas as etapas anteriores à condenação de Lula podem ser reaproveitadas e apenas mudar a condenação de endereço. Já a suspeição de Moro tem potencial para tornar os casos nulos.
Neste cenário, a ordem de aliados de Lula é “cautela”. Pessoas próximas ao presidente disseram que, neste momento, estão todos num clima de “euforia contida”.