Apesar da pressão, líder do PSD diz que vai manter Irajá como relator da LDO

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou, na tarde desta terça-feira (1º), que haverá uma sessão conjunta do Congresso Nacional para analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em 16 de dezembro.

O projeto serve de base para o Orçamento de 2021 e é quem define o destino dos recursos públicos do Brasil no curto prazo. Segundo acordo firmado ainda no primeiro semestre de 2020, caberá ao senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO) relatar a LDO este ano. 

No entanto, após a CNN revelar, no mês passado, que uma modelo de 22 anos acusa o senador de estupro em um flat em São Paulo, partidos da Oposição começaram a questionar o nome do parlamentar à frente do texto final da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

De acordo com os senadores ouvidos pela reportagem, dar a Irajá poder sobre os destinos orçamentários do país pode passar uma imagem de impunidade perante uma denúncia tão grave.

Enquanto isso, senadores do PSD começaram uma campanha interna para que Irajá Silvestre Filho desista da relatoria. Fontes da bancada do partido disseram à CNN Brasil que não está na hora do parlamentar voltar aos holofotes.

Para interlocutores, o momento é de distanciamento da mídia, fazendo com que o caso seja esquecido. Porém, Irajá – filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO) – se recusa a deixar o posto. A assessoria de imprensa do senador informou que ele continuará como relator do texto da LDO 2021.

Leia e assista também:

Estados ampliam restrições para tentar conter aumento de casos de Covid-19

IBGE: Pessoas com escolaridade e salário maiores são mais testadas para Covid-19

Irajá Silvestre Filho conta ainda com o apoio do líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), que indicou seu nome para a relatoria. Alencar afirmou à reportagem que irá mantê-lo no cargo. “Nunca cogitei essa possibilidade de mudança. Eu não vou mudar. Quem indicou fui eu, ele segue com a LDO e fim de papo”, completou o líder ao ser questionado pela reportagem.

Otto Alencar disse ainda que “estão querendo condenar o Irajá antes da hora” e que é preciso primeiro esperar o fim das investigações do caso.

A CNN apurou também que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é a favor do afastamento de Irajá Silvestre da relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias, porém, não irá se intrometer na decisão do líder do PSD na Casa, Otto Alencar.

A LDO precisa ser aprovada ainda este ano para que 2021 não comece sem previsão orçamentária, impedindo o governo de fazer gastos a partir de janeiro, ou mesmo de pagar aposentadorias e salários de servidores.

Nota

A defesa técnica do Senador da República Irajá Silvestre Filho vem a público esclarecer o que segue:

1 – O Senador Irajá Silvestre prestara todos os esclarecimentos necessários desde o episódio, comparecendo espontaneamente no mesmo dia e prestado depoimento à Autoridade Policial, se submetendo aos exames de corpo de delito e toxicológico;

2 – O resultado do exame de corpo de delito do nosso constituinte foi negativo, fulminando, de pronto, a alegação da vítima de que teria entrado em luta corporal com ele;

3 – A denunciante disse que teria sido supostamente “dopada”, “estaria inconsciente” ou com “amnésia” quando ainda estava na companhia do Senador Irajá desde o momento em que estavam com amigos num restaurante da Capital Paulista, o que não condiz com a realidade;

4 -Todas as imagens de CFTV requisitadas, de todos os locais em que estiveram naquela data, revelam justamente o contrário, ou seja, de que eles chegaram de mãos dadas, caminhando tranquilamente, e, mais que isso, mostrando que ela manuseara seu celular, conduta incompatível com alguém que estaria alegadamente sem a capacidade e discernimento de seus atos.

5) Os conteúdos do celular da acusadora serão peça chave para esclarecer detalhes e mistérios ainda não totalmente esclarecidos deste episódio. Destacando que nas duas primeiras idas à delegacia, a acusadora se recusou a entregar o aparelho. Por fim, a defesa peticionou, requisitando a oitiva de diversas testemunhas e diligências, afora as outras que serão produzidas no âmbito do Inquérito Policial, e, aguarda que ao final das apurações, a verdade prevalecerá e a inocência do Senador Irajá Silvestre restará devidamente comprovada.

Daniel Leon Bialski, João Batista Augusto Júnior e Bruno Garcia Borragne