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    Militares com mandato temem revanchismo em PEC para barrar Forças Armadas na política

    Base governista defende proposta para desmilitarizar política

    Gabriela Pradoda CNN Em Brasília

    A tentativa do governo de acelerar a proposta para vedar a participação de militares da ativa em eleições, antes do pleito de 2024, já chegou com resistência aos integrantes da oposição no Congresso Nacional.

    Propostas parecidas já haviam sido apresentadas por parlamentares, mas acabaram engavetadas. Agora a base governista se prepara para dar apoio à iniciativa, vista pelo governo como um passo para despolitizar as Forças Armadas.

    De maneira reservada, um parlamentar da ala militar disse acreditar que a medida é “complexa”, já que o Exército não deve ser partidário, mas afirmou que a discussão parece ser “revanchista”.

    O grupo crítico à proposta inclui ainda o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). À CNN, o parlamentar afirmou que o Brasil vive um momento de ataque às Forças Armadas e que, neste momento, “não há serenidade para discutir o assunto”.

    Segundo apuração da analista de política da CNN Thais Arbex, o Palácio do Planalto deu início a uma ofensiva para tentar aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que barra militares na política a tempo de valer para as eleições municipais de 2024.

    Assinado pelos ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, o texto –que ainda pode sofrer alterações– cria regras para proibir que militares da ativa das Forças Armadas disputem eleições ou ocupem cargos no primeiro escalão do Executivo.

    A avaliação de aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a de a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, e seu pai, o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, abriu uma janela de oportunidade para colocar o tema em discussão.

    O deputado Rogério Correia (PT-MG), integrante da CPMI do 8 de janeiro, já propôs que a comissão discuta os impactos da politização dos militares nas invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

    Na tarde desta quarta-feira (30), o ministro da Defesa, José Múcio se reúne com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha e os líderes do governo no Senado e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Jaques Wagner (PT-BA) para acertar a proposta que para tentar barrar a candidatura de militares da ativa nas eleições municipais do ano que vem.

    Agora, a ideia da articulação política do governo Lula é que a PEC seja apresentada por um integrante da base no Congresso. O mais cotado é o senador Otto Alencar (PSD-BA).

    Veja também: Planalto estuda aumento salarial para militares em 2024