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    Bolsonaro vê chance de envio de vacinas dos EUA ao Brasil

    Segundo o presidente, uma remessa de vacinas de Oxford/AstraZeneca deve estar em negociação com o Ministério das Relações Exteriores nos próximos dias

    Presidente Jair Bolsonaro
    Presidente Jair Bolsonaro Foto: Mateus Bononi/Getty Images

    Gregory Prudenciano, da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (5) que os Estados Unidos devem anunciar o envio ao Brasil de doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. O envio, no entanto, depende de negociações com o Ministério das Relações Exteriores. 

    “Talvez o Biden anuncie nos próximos dias uma remessa de vacina para nós. Se isso se tornar concreto, a ser negociado pelo nosso Ministério das Relações Exteriores, eu vou agradecer”, disse o presidente.

    Segundo Bolsonaro, seu governo tem feito “todo o possível” para ampliar o programa de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Os Estados Unidos já passaram da marca de 200 milhões de doses de vacinas aplicadas e têm doses excedentes do imunizante da AstraZeneca. 

    Na semana passada, o governo americano anunciou que vai compartilhar 60 milhões de doses da vacina, o que despertou o interesse de vários países preocupados em acelerar suas vacinações.

    A novidade foi mencionada pelo presidente em entrevista coletiva dada no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, após Bolsonaro receber Robson Nascimento de Oliveira, ex-motorista do jogador de futebol Fernando Lucas Martins. Robson foi condenado à prisão na Rússia por tráfico de drogas, ao ser pego com um medicamento que é permitido no Brasil, mas proibido na Rússia. 

    No momento em que falou sobre a possibilidade do envio das doses de vacinas ao Brasil, Bolsonaro argumentava que seu governo tem mantido boas relações diplomáticas com nações importantes, como os Estados Unidos, a Rússia e também a China. 

    China

    Nesta quarta-feira, a relação comercial e diplomática entre o Brasil e a China voltou ao noticiário depois que o presidente da República levantou a possibilidade de o coronavírus causador da Covid-19 ter sido criado em laboratório.

    Sem citar nominalmente a China, maior parceiro comercial do Brasil há mais de uma década, Bolsonaro falou em “guerra química” e em “guerra bacteriológica” e questionou: “Qual o país que mais cresceu seu PIB [Produto Interno Bruto]? Não vou dizer para vocês”. 

    Em 2020, o PIB da China apresentou expansão de 2,3%, enquanto a maior parte das grandes economias do planeta registrou retração. Para efeito de comparação, o PIB do Brasil encolheu 4,1%, o dos Estados Unidos caiu 3,5% e o da Alemanha ficou 5% menor do que no ano anterior. No entanto, o impacto da pandemia na economia chinesa aconteceu antes do resto do mundo, já que o novo coronavírus foi primeiro encontrado no país asiático. 

    A fala de Bolsonaro repercutiu politicamente e rendeu comentários preocupados do senador Omar Aziz, que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia. 

    “Hoje foi ruim, viu, e chama de guerra química e tal. E a gente está dependendo, a gente está na mão dos chineses para trazer o IFA [insumo farmacêutico ativo], nós não temos produção de IFA aqui e não vamos ter tão cedo”, disse Aziz. 

    Questionado se teria sido “mal compreendido” ao falar da China, Bolsonaro respondeu que não mencionou a palavra “China” e reclamou da imprensa. 

    “Vocês da imprensa não falam onde nasceu o vírus. Falem, ou estão temendo alguma coisa?”, disse o presidente.