‘Quero presidir uma Câmara que não se vende por 30 moedas’, diz Baleia Rossi
Candidato do MDB à presidência da Casa afirmou que vê interferência do Planalto na disputa contra Arthur Lira (PP)
Um dos preferidos na disputa pela presidência da Câmara, deputado Baleia Rossi (MDB), nome encabeçado pelo grupo do atual presidente Rodrigo Maia (DEM), afirmou, nesta quarta-feira (28) que quer “presidir uma Câmara que não se vende por 30 moedas”, se referindo ao comentário de Maia desta quarta-feira (27) sobre o governo prometer R$ 20 bilhões em emendas em troca de votos ao adversário de Baleia, deputado Arthur Lira (PP).
“Vejo meus adversários de salto alto cantando vitória e vejo uma interferência brutal do Palácio do Planalto na tentativa de diminuir o debate na Câmara, fragilizar o trabalho dos parlamentares”, afirmou Baleia Rossi.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse, em conversa com apoiadores na saída do Alvorada na manhã de quarta-feira, que “se Deus quiser” vai “influir na presidência da Câmara”.
Ao ser questionado sobre rachas dentro de partidos do seu bloco, como o DEM, e maioria da Frente Parlamentar da Agropecuária apoiar o adversário, Baleia afirmou que vê desespero por parte dos adversários. “Vejo um desespero dos nossos adversários querendo criar factoides. Quem está tranquilo para a eleição, não precisa mentir”, disse.
O candidato do MDB ainda afirmou que o relatório da reforma tributária está pronto e, se eleito, pretende votar ainda no primeiro trimestre. Para ele, se já tivesse sido aprovado, “poderia ter evitado a saída da Ford do Brasil”.
Baleia ainda comentou que “impeachment não pode ser bandeira de uma candidatura, mas constitucionalmente cabe ao presidente fazer essa análise” e reforçou que fará “todas essas análises à luz da Constituição”.
Ele ainda comentou sobre a possível instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) para investigar a atuação do Ministério da Saúde durante a pandemia. Sobre isso, ele converge com seu principal adversário, Arthur Lira, ao defender que com as assinaturas necessárias, a CMPI poderá ser instalada.
“Uma das atribuições da Câmara é fiscalizar o Executivo, além de legislar e fiscalizar nossas bases. Para instalar uma CPI, é preciso 171 assinaturas e um fato concreto. Se tiver esses requisitos, não há porque não abrir essa CPMI”, afirmou.