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    Movimento negro cobra ações federais após segunda morte de quilombola na Bahia em agosto

    Jovem de 26 anos foi baleado foi baleado na Comunidade Quilombola do Alagadiço, em Juazeiro

    Renato Pereirada CNN , em São Paulo

    O jovem José William Santos Barros, de 26 anos, foi baleado na Comunidade Quilombola do Alagadiço, em Juazeiro, na Bahia. O crime aconteceu na noite do último domingo (27), pouco mais de uma semana depois da morte da líder quilombola Mãe Bernadete, que também aconteceu no estado. A Bahia acumula o maior número de assassinatos de quilombolas do país na última década.

    De acordo com a associação de moradores da Comunidade do Alaçadiço, William teria sido baleado pelas costas dentro da comunidade pela Polícia Militar.

    “É com indignação e tristeza que observamos as circunstâncias em torno dessa fatalidade. A Polícia Militar alegou que o jovem estava empinando uma moto, porém, o testemunho de membros da nossa comunidade contradiz essa versão. Segundo relatos de testemunhas, William estava simplesmente em pé na motocicleta quando foi alvejado fatalmente pela polícia”, traz o comunicado da associação.

    O caso é apurado pela 1ª Delegacia Territorial de Juazeiro. De acordo com a Polícia Civil, os policiais militares relataram que a vítima era um suspeito, que estava em uma motocicleta e entrou em confronto com os PMs. Ele foi socorrido pelos próprios agentes para um hospital regional, mas não resistiu. Uma arma de fogo foi apreendida na ocorrência.

    Depois da morte do quilombola, a Educafro divulgou uma carta aberta ao governo, na qual que pede maior atenção e cobra ações efetivas dor órgãos competentes, em especial, do Ministério Público. O projeto estima que 80% dos casos de crimes contra quilombolas são subnotificados.

    William é o 12º quilombola assassinado em uma década na Bahia. Ao todo, morreram 30 quilombolas na última década em território nacional. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estado é o mais violento do país para este grupo e acumula o maior número de mortes de quilombolas no Brasil.

    Na sexta-feira (25), o governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT) esteve com a ministra Rosa Weber, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), e o desembargador Nilson Soares Castelo Branco, presidente do TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), para discutir ações de garantias de direitos das comunidades quilombolas, em especial sobre o caso da morte de Mãe Bernadete Pacífico.

    Veja: Líder quilombola é assassinada em quilombo na Bahia

    (Com informações de Naira Zitei e Anderson Oliveira)

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