Pacheco só definirá formato da CPI da Covid-19 após indicação de membros
Formato -- virtual ou presencial -- só será decidido depois que os partidos indicarem todos os 11 membros titulares
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), avisou a interlocutores que só pretende decidir o formato de funcionamento da CPI da Covid-19 depois que os partidos indicarem todos os 11 membros titulares e acertarem uma data para o início dos trabalhos da comissão.
Segundo apurou a CNN, Pacheco também quer esperar o julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (14), quando os ministros da Corte vão analisar a decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso de ordenar que o Senado instaure o colegiado.
A principal dúvida é se os trabalhos da CPI ocorrerão de forma presencial ou remota. Alguns senadores defendem que a comissão funcione apenas de forma virtual, por conta do recrudescimento da pandemia.
No STF, a CNN apurou que a tendência é de que, no julgamento desta quarta-feira, a maioria dos ministros referende a decisão de Barroso de mandar o Senado abrir a CPI, mas estabeleça que cabe apenas ao presidente da Casa Legislativa definir as questões operacionais da comissão.
Pacheco deu 10 dias, contados a partir desta terça-feira, para os líderes partidários do Senado indicarem os 11 membros titulares da CPI. O presidente da Casa, contudo, disse a interlocutores prever que a maioria dessas lideranças deverá indicar esses nomes “antes” desse prazo.
Dois pesos
Presidente da CPI das Fake News, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) disse à CNN que, caso Pacheco autorize a CPI da Covid-19 presencial, pretende pedir que a comissão que preside também retome os trabalhos, suspensos desde o início da pandemia. “Não pode ser dois pesos e duas medidas”, afirmou.
Coronel, que foi indicado pelo PSD para ser suplente da CPI da Covid-19, pondera que o funcionamento presencial da comissão pode gerar alguns impasses. “Se a gente convoca uma pessoa a depor e ela diz que não vai porque não foi vacinada, o que vamos fazer? Vamos contra a ciência?”, questionou.