Advogado próximo a Wassef atua na defesa de Queiroz no interior de SP
Edevaldo de Oliveira também já prestou serviço para depoente que corroborou versão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro sobre seu patrimônio
A defesa jurídica do policial reformado Fabrício Queiroz foi reforçada depois que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi preso na última quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo. Além de Paulo Emílio Catta Preta, Queiroz passou a contar com os serviços do advogado Edevaldo de Oliveira.
Oliveira é tido como uma pessoa próxima a Frederick Wassef, advogado que até o último domingo (21) comandava a defesa do próprio Flávio Bolsonaro e na casa de quem Queiroz foi encontrado e preso.
À CNN, Edevaldo disse ter feito um serviço pontual para a defesa do ex-assessor, que representou em um pedido para a obtenção de laudos médicos junto à Santa Casa de Bragança Paulista, onde o policial reformado estaria tratando um câncer.
“O doutor Paulo Emilio Catta Preta me subestabeleceu para que eu, devido a eu morar na região bragantina, estivesse na Santa Casa de Misericórdia de Bragança Paulista pra pegar o prontuário médico, que não me foi fornecido por qual razão? O corpo jurídico da Santa Casa determinou que só entregaria esse prontuario médico a partir de uma determinação judicial”, disse.
Catta Preta assumiu a defesa de Queiroz no dia em que ele foi preso. Antes, o defensor já havia atuado para outro nome citado no processo: o ex-policial Adriano da Nóbrega, que foi denunciado por participação em milícia e teve a mulher e a mãe empregadas no gabinete de Flávio na Alerj. Nóbrega morreu no começo do ano, em uma operação policial no interior da Bahia.
Depoimento
Essa não é a primeira vez que o advogado Edevaldo de Oliveira participa do inquérito que apura uma suposta “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro. No início de 2019, Oliveira acompanhou o depoimento de Agostinho Moraes da Silva, também ex-assessor na Alerj do hoje senador.
Agostinho, naquele depoimento, confirmou o teor de uma entrevista de Fabrício Queiroz ao SBT, quando este alegou que sua movimentação financeira acima do ganho regular era derivada do comércio de compra e venda de carros. O antigo cliente do novo defensor de Queiroz ainda explicou que era por isso que dava mensalmente até 60% dos R$ 6,7 mil de salário para que o colega pudesse investir no ramo.
Assista e leia também:
MP do Rio quer denunciar Flávio Bolsonaro, Queiroz e outros assessores
Presidente do STJ sobre recurso de Flávio: ‘única política é a judiciária’
PF quer saber se Queiroz teve acesso a inquérito sigiloso no Rio
O Ministério Público considera que essa versão dada por Agostinho não condiz com a realidade, uma vez que o Detran informou que Queiroz “teve pouquíssimos veículos registrados em seu nome ou de familiares na última década”. “O que ele falou pra mim foi exatamente o que ele falou no depoimento do Ministério Público. Eu somente o acompanhei pra que realmente ele estivesse acompanhado de um advogado e que fosse todas as garantias legais lhe fossem propiciadas”, disse Oliveira à CNN.
O representante de Queiroz junto à Santa Casa ainda negou que tenha uma proximidade especial com Frederik Wassef, o que estabeleceria uma ponte entre as defesas do ex-assessor e do atual senador.
“Em relação ao doutor Frederick Wassef, é um advogado criminalista, como eu sou advogado criminalista. É um advogado criminalista que chamou muito a atenção a partir do momento em que ele passou a defender o senador Flávio Bolsonaro. Em relação ao senador Flávio Bolsonaro, todos sabem que é senador da República, filho do presidente da República. Não tenho nada assim de ligação com eles”, disse.
(Com informações do Estadão Conteúdo)