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    Rio de Janeiro desiste da abertura de dois hospitais de campanha

    Obras dos hospitais de campanha de Campos dos Goytacazes e de Casimiro de Abreu, no norte do estado, não serão concluídas, disse novo secretário de Saúde

    Hospital de campanha para pacientes da Covid-19 no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro
    Hospital de campanha para pacientes da Covid-19 no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro Foto: Rogério Santana/Divulgação Governo do RJ (9.mai.2020)

    Isabelle Saleme, da CNN no Rio de Janeiro

    As obras dos hospitais de campanha de Campos dos Goytacazes e de Casimiro de Abreu, no norte do Rio de Janeiro, não serão concluídas, anunciou o novo secretário estadual de Saúde, Alex Bousquet, nesta quarta-feira (1º).

    As outras três unidades anunciadas para tratar exclusivamente pacientes da Covid-19, que estão em fase final de construção, serão entregues. No entanto, os hospitais de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Nova Friburgo atuarão com capacidade reduzida: serão disponibilizados, num primeiro momento, vinte leitos de UTI em cada uma delas. Os hospitais Maracanã e São Gonçalo serão mantidos.

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    O novo secretário de Saúde também anunciou que pretende estender o contrato para que os hospitais de campanha geridos pela iniciativa privada, Parque dos Atletas e Lagoa-Barra, continuem em operação por mais tempo, já visando a segunda onda de contágio pela doença.

    De acordo com Bousquet, o novo aumento de contaminação vai acontecer, só não se sabe com qual intensidade. Para isso, estarão disponíveis 900 “leitos de retaguarda”, como ele chamou, da rede estadual.

    Caso não sejam suficientes, o governo pensa em liberar o Hospital Pedro Ernesto, o de Anchieta, o Hospital do Cérebro e o Hospital Regional Zilda Arns, em Volta Redonda. Também não está descartada a compra de vagas na rede particular nas regiões onde os hospitais prometidos não serão entregues.

    De acordo com secretário, a decisão sobre as unidades está baseada nas estatísticas atuais, que, com a evolução da pandemia, se mostraram menos desfavoráveis do que as iniciais.

    Ele também anunciou que os procedimentos médicos de menor urgência, como atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas, suspensos desde março por decreto estadual, começarão a ser retomados.

    Durante a primeira entrevista coletiva no cargo, Bousquet lamentou a marca de 10 mil mortos no estado pelo novo coronavírus, mas lembrou que as projeções iniciais chegavam a 120 mil vítimas.

    Em todo o estado, foram confirmados 115.278 casos e 10.198 mortes pela doença causada pelo novo coronavírus.

    Gestão dos hospitais de campanha

    Bousquet disse que a organização social Iabas, responsável pela gestão dos hospitais de campanha, foi afastada das obras e que um interventor da Fundação Estadual de Saúde está gerenciando o saldo que resta em conta dos R$ 256 milhões já pagos pelo governo do estado.

    Agora, todos os gastos precisam ser aprovados pelo interventor. Nenhum repasse extra foi feito. A corregedoria-geral do estado e outros órgãos de controle estão avaliando o contrato, assim como todos os outros. O secretário explicou, ainda, que, depois de decretada intervenção, o governo tinha 30 dias para fazer a notificação e dar o direito ao contraditório. Agora, a secretaria espera a resposta a que a Iabas tem direito legalmente.

    A partir de agora, a secretaria anuncia que terá maior controle de gastos. Os contratos até R$ 5 milhões poderão ser liberados apenas por três subsecretários ordenadores de despesas. Já os acima desse valor precisam da aprovação de um dos ordenadores e da assinatura do secretário estadual de saúde e do subsecretário-geral.