Militares temem que Cid envolva Heleno e Ramos em confissão, dizem fontes
Maior preocupação é com o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro e convivia muito com Cid, segundo fontes militares
Fontes militares disseram à CNN nesta terça-feira (29) temer que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid envolva os ex-ministros Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos em sua confissão à Polícia Federal.
Não há qualquer evidência de ligação de Heleno ou Ramos no caso das joias, mas eles podem estar envolvidos, por exemplo, na tentativa de golpe.
Vídeo — Negociação sobre confissão de Cid avança, dizem fontes da PF
A maior preocupação é com o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro e convivia muito com Cid.
“Os dois estavam juntos praticamente 24 horas”, disse uma fonte militar à CNN.
Já Ramos confidenciou a pessoas próximas que vinha se afastando do núcleo de poder no governo Bolsonaro quando o ex-presidente perdeu as eleições e começaram as conversas sobre as tentativas de reverter o resultado, segundo apurou a CNN. Ramos era ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Heleno e Ramos são generais da reserva e fizeram parte do Alto Comando.
O envolvimento de mais militares na confissão de Cid pode manchar ainda mais a imagem do Exército, que já saiu danificada com o envolvimento do pai do ex-ajudante de ordens, o general Mauro Cid.
A expectativa hoje no meio militar é de que Cid faça uma delação rápida e restrita a ele e Bolsonaro.
O Exército vem fazendo um esforço para individualizar as condutas e desvencilhar a imagem das Forças Armadas.
Dentro do Exército, já é dado como certo que Cid vai perder a farda e ser expulso. Se isso ocorrer, sua esposa segue recebendo salário porque é considerada “viúva”.