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    Fornecimento de água deve demorar até 72 horas para ser totalmente reestabelecido no Rio

    Distribuição de água vai ser recuperada gradualmente ao longo dos dias; abastecimento foi paralisado por espuma causada por elemento presente em detergente

    Juliane AssisVinícius BernardesBianca Camargoda CNN

    Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), a distribuição de água aos moradores retornou às 19h29 de segunda-feira (28). Entretanto, o abastecimento total para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro deve demorar até 72 horas para ser normalizado.

    As cidades afetadas são Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.

    O fornecimento foi interrompido após uma grande espuma ter aparecido na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, na manhã da segunda-feira. A ETA é a maior estação de tratamento de água do mundo, com capacidade para tratar 43 mil litros de água por segundo, e atende cerca 11 milhões de pessoas.

    Ainda segundo a companhia, a operação só foi reiniciada após técnicos da unidade confirmarem, por meio de monitoramento e análises laboratoriais, que não havia mais risco de alterações na qualidade da água tratada. A Cedae informou ainda que a água com surfactante não foi, em momento algum, distribuída para a população. Assim que foi constatada a presença do composto na água, a captação foi interrompida, e a água que já estava no interior da estação foi descartada.

    A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizou uma operação para apurar lançamento indevido de material químico na bacia do Rio Guandu, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Foram colhidas amostras e o conteúdo foi identificado como surfactante, composto químico presente em detergente, despejado de forma irregular nas águas. O presidente do INEA, Philipe Campello, afirmou se tratar de um crime ambiental.

    Em nota, o Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara e dos Sistemas Lagunares de Maricá e Jacarepaguá, apresentou preocupação com a paralisação ocorrida hoje no sistema, que abastece 80% da região metropolitana do Rio de Janeiro.

    “A paralisação mostra, de forma clara, que até os sistemas de filtragem mais avançados têm limitações e não conseguem exercer suas funções quando os níveis de poluição dos corpos hídricos são muito elevados. Mostra também que os avanços já obtidos na concessão dos serviços de saneamento, regidos por contratos e com prazos e metas estabelecidos, não impedirão que no curto prazo tais ocorrências possam acontecer”.

    A concessionária, Rio+Saneamento, informou que, em função da paralisação do funcionamento, o abastecimento de água foi interrompido em 21 bairros da Zona Oeste do Rio, do total de 24 em que a concessionária atua.

    Após a regularização do sistema na segunda-feira, a concessionária irá normalizar a distribuição gradativamente. A Rio+Saneamento também disse que orienta aos consumidores que utilizem água de forma consciente e adiem tarefas não essenciais ou que exijam grande consumo neste período.

    A concessionária Iguá informou que até que a operação esteja totalmente restabelecida, o abastecimento de água pode registrar intercorrências, incluindo baixa pressão e falta d’água. Além disso, a Iguá lamenta quaisquer transtornos causados e, caso necessário, disponibilizará caminhões-pipa para locais emergenciais como hospitais, clínicas e UPAs, entre outros.

    Veja também: Torneiras de Montevidéu recebem água salgada

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