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    Alerj realiza primeira audiência da CPI das crianças desaparecidas

    Os parlamentares pretendem ouvir representantes da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), da Defensoria Pública do Estado e do Ministério Público

    Isabelle Resende, da CNN, no Rio de Janeiro

    Começa nesta quinta-feira (17) o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Rio, que apura a atuação do poder público no desaparecimento de crianças no estado.

    Os parlamentares pretendem ouvir representantes da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), da Defensoria Pública do Estado e do Ministério Público.

    Também foram convidados o delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Nunes, que investiga o sumiço dos três meninos em Belford Roxo, e o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, Felipe Curi e da titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros da Polícia Civil do Rio, Ellen Souto.

    Após quase seis meses de investigação, o paradeiro de Lucas Matheus da Silva, 8 anos, Alexandre da Silva, 10 anos, e Fernando Henrique Ribeiro, 11 anos ainda é desconhecido. Os meninos sumiram no dia 27 de dezembro, do ano passado, na comunidade Castelar, em Belford Roxo.

    O caso é considerado atípico pela Polícia Civil. Mais de 40 câmeras de segurança foram analisadas; só que parte delas não salvou as cenas e o restante não revelou pistas sobre os meninos.

    O delegado titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara Machado, define a situação como peculiar pela falta de informações envolvendo o desaparecimento em grupo – outro fator definido como pouco comum. Por isso, nenhuma linha de investigação foi descartada.

    No mês passado, 17 pessoas acusadas deterem participação no desaparecimento dos meninos, segundo a Polícia Civil, foram presas em Belford Roxo.

    De acordo com as investigações, os suspeitos teriam ligação com uma quadrilha de traficantes que atua no Complexo do Castelar e acusaram falsamente uma família pelo sumiço dos meninos para prejudicar o trabalho dos policiais. Na época, a polícia afirmou que um pai chegou a ser torturado e obrigado a deixar a favela com a companheira e os quatro filhos.

    O bando também é investigado por instaurar um “tribunal do tráfico” na região e por roubar veículos e cargas em toda a Baixada Fluminense. Mas a polícia não soube informar se os garotos estão vivos.

    Para o presidente da CPI, o deputado estadual Alexandre Knoploch, o trabalho da Comissão será essencial para o direcionamento de políticas públicas de segurança para o estado, já que faltam informações oficiais sobre crianças desaparecidas.

    “Não temos, sequer, dados oficiais que quantifiquem desaparecimentos e reencontros. Isso precisa mudar e trabalharemos por isso”, declarou o parlamentar.

    De acordo com dados do Governo do Rio, cerca de 20 pessoas desaparecem, por dia, no estado. A Zona Oeste da capital e a região da Baixada Fluminense concentram o maior número de pessoas desaparecidas em todo estado.

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