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    Número de inadimplentes no Fies bate recorde no 1º semestre deste ano

    Entidades representantes do ensino superior querem aprovação de projeto de financiamento estudantil emergencial

    Da CNN, em São Paulo

    Bateu recorde, no primeiro semestre deste ano, o número de alunos de ensino superior que não conseguiram pagar as parcelas do Fies – o maior programa do governo federal de financiamento estudantil em universidades privadas.

    Os dados exclusivos obtidos pela CNN revelam o impacto da pandemia do novo coronavírus sobre os estudantes que dependem do programa para realizar o sonho de cursar uma faculdade.

    De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), há 979 mil contratos em atraso há mais de 90 dias – quando o aluno é considerado inadimplente. É o maior número desde 2014.

    Em maio, o Ministério da Educação (MEC) publicou uma resolução em que suspendeu o pagamento de parcelas do financiamento em decorrência da pandemia. Mas a regra prevê que os alunos deveriam estar adimplentes até 20 de março. Quem já estava com dívidas antes disso, viu a situação piorar ainda mais durante a crise.

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    Tereza Arcanjo, baiana que vive em São Paulo há 10 anos, sonha em ser professora de matemática. Ela lida com a frustração de não ter conseguido concluir o curso mesmo com o Fies.

    “Eu resolvi cursar porque era o meu sonho ser professora, e como tinha chance de fazer o Fies, eu resolvi cursar”, falou ela à CNN.

    Primeiro o curso dela foi cancelado e passou para o módulo de ensino a distância – que não é coberto pelo Fies. Tereza pagou uma parte do próprio bolso, para continuar a estudar, e usou até parcelas do auxílio emergencial para quitar a dívida. Mesmo assim acumulou boletos vencidos com o Fies e com a própria universidade.

    “Poderia estar exercendo a minha profissão e isso não está acontecendo. Hoje eu sou empregada doméstica”, contou.

    Aline Oliveira deveria estar cursando o último semestre da faculdade de Direito, que também financia pelo Fies, mas por causa da pandemia, a mãe e o irmão perderam o emprego e ela precisou ajudar nas contas de casa. Resultado: atrasou três boletos do programa.

    A estudante fez um parcelamento da dívida, mas até agora não conseguiu ter acesso aos boletos e a matrícula da universidade está bloqueada.

    Entidades representantes do ensino superior têm tentado diálogo com o governo para a aprovação de um projeto de financiamento estudantil emergencial. Até agora, porém, não houve nenhum acordo.

    O Fies se limitou a dizer que os alunos pode renegociar as dívidas e lembrou, em nota, que os estudantes que não estavam inadimplentes puderam suspender o pagamento de até quatro parcelas ou por todo período de calamidade decretado devido à pandemia.

    (Edição: Sinara Peixoto)