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    Advogado de Allan dos Santos diz que não teve acesso a inquérito sobre fake news

    Ao sair da PF, defensor do blogueiro bolsonarista diz que não conseguiu acesso aos autos, ao contrário do que informa o ministro do STF Alexandre de Moraes

    Murillo Ferrari e André Spigariol, , da CNN, em São Paulo e Brasília

    O advogado do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, conhecido como Allan ‘Terça Livre’, afirmou, nesta quarta-feira (3), depois de se dirigir à sede da Polícia Federal em Brasília, que não teve acesso ao inquérito que investiga fake news e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    O defensor disse que protocolou um documento e foi orientado a não falar com a imprensa. Apesar disso, ele comentou que os autos estariam na Procuradoria-Geral da República (PRG) e que o processo seria físico.

    Na segunda-feira (1º), depois de críticas dos alvos da operação, o ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, usou sua conta no Twitter para dizer que todos os investigados tiveram acesso aos autos.

    “O gabinete do Min. Alexandre de Moraes informa que, diferentemente do que alegado falsamente, foi autorizado integral conhecimento dos autos aos investigados no inquérito que apura “fake news”, ofensa e ameaças a integrantes do STF, ao Estado de Direito e a Democracia”, diz a mensagem publicada na rede social.

    Allan foi um dos alvos da operação da PF em 27 de maio, no inquérito das fake news no STF que mira aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Depois que os agentes deixaram sua casa, ele deu uma entrevista na qual comparou o ministro do STF Alexandre de Moraes ao ditador alemão Adolf Hitler.

    “É inconstitucional você não ter acesso aos autos. Eu nunca soube o que o STF queria nesse inquérito, se sou réu, investigado. Fui intimado duas vezes e não fui porque o processo estava sendo desrespeitado. Meus advogados nunca tiveram acesso aos autos”, disse na ocasião.

    “Agora, Alexandre de Moraes usa de toda a força do estado. Assim como Hitler, ele age como os nazistas agiram e como os comunistas costumam agir. Se aqui fosse os EUA, as minhas prerrogativas constitucionais estariam sendo respeitadas, mas não estão. Estamos no Brasil e não estamos vivendo em uma democracia”, acrescentou.

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    Outras reclamações

    Além de Allan, os deputados federais que foram chamados a depor sobre a divulgação de notícias falsas na quarta-feira (10) afirmaram que não tiveram acesso à investigação. Por esse motivo, cinco dos seis parlamentares afirmaram que não pretendem comparecer ao STF.

    Em vídeo publicado na internet, o deputado Daniel Silveira também criticou a investigação. “Se eu sou um dos autuados, se eu fui citado, mencionado, intimado, eu preciso saber do que se trata para que eu possa montar minha defesa.”

    À CNN, o deputado Junio Amaral acusou o inquérito de ser ilegal. “Na minha condição de parlamentar não há porque me submeter a essa ilegalidade. Também por causa do twitter do Alexandre de Moraes afirmando que estamos dizendo mentira sobre não ter acesso aos autos. Mentira dele!”. Amaral seria ouvido nesta quarta-feira, às 14h.

    Única parlamentar a dizer que irá depor, a deputada federal Carla Zambelli está com depoimento marcado para quinta-feira (4).

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