Ucrânia perderá seus aliados se levarmos ataques para a Rússia, diz Zelensky
Nos últimos meses, cresceram os ataques por drones e bombardeios feitos em solo russo, mas a Ucrânia tem se esquivado de receber o crédito por eles
A coalizão que ajuda a Ucrânia na luta contra a invasão da Rússia não apoiaria Kiev se o país transferisse as hostilidades para o território russo, disse, neste domingo (27), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Acredito que este é um grande risco. Com certeza seríamos deixados sozinhos”, disse ele em uma entrevista à imprensa nacional, quando questionado se era hora de um avanço para o solo russo.
Zelensky disse que a luta da Ucrânia em recuperar seu próprio território tem contado com uma ajuda importante de seus aliados.
O progresso e a responsabilidade da Ucrânia no campo de batalha “são sempre bilaterais”, disse Zelensky, acrescentando que os parceiros internacionais fazem parte de qualquer vitória, de qualquer atraso na contraofensiva, de qualquer defesa e de qualquer fraqueza.
Zelensky também disse que acredita ser possível “pressionar pela desmilitarização da Rússia” na região da Crimeia por meios políticos.
Nos últimos meses, houve um aumento dos ataques em solo russo, com as autoridades russas dizendo que drones ucranianos e os bombardeamentos são responsáveis por ataques que, várias vezes, feriram ou mataram civis.
Vídeo – Veja momento de ataque da Ucrânia que explodiu ponte russa
As autoridades em Kiev têm mencionado os incidentes – Zelensky disse, após os ataques de drones no mês passado, por exemplo, que a guerra está “retornando à Rússia” –, mas a Ucrânia com frequência se esquiva de receber os créditos pelos ataques que estão cruzando a fronteira.
Ao mesmo tempo, o país assumiu os ataques de drones marítimos e outros armamentos à Crimeia, controlada pela Rússia, e a alvos no entorno do Mar Negro, além de prometer que há outros por vir.
Moscou ocupou a península da Crimeia e declarou o território anexado à Rússia em 2014, num movimento que foi denunciada como ilegal pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e por organismos internacionais.
Kiev afirma que o seu objetivo de expulsar a Rússia da Ucrânia inclui recuperar a Crimeia.