Daniela Lima: Chico Rodrigues diz que dinheiro na cueca foi decisão irracional
Em carta a colegas para justificar licença, representante de Roraima diz que verba era 'pessoal e lícita' e que teve 'ato impulsivo' assustado pela polícia
No quadro Em Off desta terça-feira (20), na CNN Rádio, Daniela Lima analisa a explicação do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) para o dinheiro apreendido pela Polícia Federal em sua cueca e também a decisão de o parlamentar se licenciar por 90 dias.
A jornalista leu alguns trechos da carta que Rodrigues enviou aos senadores, com destaque para os trechos em que ele tenta explicar a origem do dinheiro localizado pela PF.
“Ele diz que os recursos são dele, pessoais, até porque, ‘os recursos oriundos da emenda [destinada a RR para Covid-19, que ele é acusado de desviar uma parte] está todo na conta corrente do fundo estadual de saúde. Ora, como poderia algum valor decorrente daquela verba se todo o montante permanece na conta bancária da secretaria de Saúde? Impossível’”.
“Os valores apreendidos em minha residência, conforme demonstra a título de exemplo dos documentos anexos, eram destinados ao pagamento de funcionários que prestam serviços para minha família, administrada pelo meu filho, que reside comigo, contratada por locação para execução de serviço de terraplanagem”, escreveu o senador em sua carta-defesa.
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No texto, o senador tentou explicar o episódio do dinheiro na cueca, sem mencionar a cueca.
“A verdade é que em um ato impulsivo, acordado pela polícia de pijama, assustado pela presença de estranhos em meu quarto, tive a infelicidade de tomar a decisão mais irracional de toda minha vida. Não senhores, não era dinheiro de corrupção, não era dinheiro ilícito, não era dinheiro ilegal. Eu jamais desviaria dinheiro público”, afirmou aos seus colegas.
Para Daniela, o que Rodrigues tenta com o afastamento do senado é “sair do olho do furacão”.
“Ele estava está sob muita pressão dos colegas. Houve um movimento público para que ele deixasse o posto, e [agora] está buscando uma saída para não ser cassado e perder o mandato ou para não ser afastado pelos próprios senadores.”
(Edição: André Rigue)