Cloroquina não pode cair só nas costas do presidente, diz líder do governo
Senador do MDB do Tocantins, o líder do governo no Congresso diz que os que aguardavam uma carga política vinda da CPI "vão se decepcionar muito"
O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse neste domingo (9), em entrevista à CNN, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não pode ser o único responsabilizado pelo incentivo ao tratamento precoce e ao uso de cloroquina para tratar a Covid-19. O tema vem sendo discutido nas oitivas da CPI da Covid.
“A gente não pode colocar esse tipo de medida só nas costas do presidente. Vários governadores defenderam, em algum momento, o uso do tratamento precoce. Além disso, basta fazer um registro no Conselho Regional de Medicina de qualquer estado, e pegar milhares de receitas prescritas por médicos e profissionais da área.”
Gomes afirmou que ex-ministros da saúde de Bolsonaro “chegaram, sim, a orientar para os estados o tratamento precoce.” “Não estou culpando os ex-ministros e também não entendo que se culpe só o presidente da república, até porque nenhum brasileiro vai tomar remédio sem prescrição médica. Há sempre um profissional habilitado da área para fazer a opção se passa ou não qualquer tipo de medicamento.”
O Senador disse, ainda, que todas as perguntas da CPI da Covid-19 levantadas a partir dos primeiros depoentes refletem em uma questão mundial.
“A gente entende que, com o depoimento dos ex-ministros Mandetta e Teich, ficou muito claro que a CPI terá que buscar um caminho propositivo, já que ela é cercada de dúvidas que não são só inerentes à questão da pandemia no Brasil. Praticamente todos os questionamentos feitos desde cloroquina, vacina ou qualquer outro tipo de interrogação do plano de trabalho do relator, tem a ver com o contexto mundial em absolutamente todos os pontos.”
Dessa forma, Gomes acredita que: “Aqueles que aguardavam uma carga política, mais voltada para a repercussão política com relação à CPI, tenho certeza que vão se decepcionar muito.”