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    Oposição quer criminalizar consulta da União a especialista, diz Marcos Rogério

    Senador do Democratas, titular na comissão, diz que prática é comum em todas as esferas de administração, da municipal a federal

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo; Produzido por Renata Souza*, da CNN, em São Paulo

    Os membros da CPI da Pandemia que fazem oposição ao governo federal tentam criminalizar possíveis consultas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a especialistas, afirmou nesta segunda-feira (31) o senador Marcos Rogério (DEM-RO), titular na comissão.

    “Eles querem, na prática, criminalizar o fato de o presidente [Jair Bolsonaro] ouvir especialistas, pessoas, médicos, líderes, como se isso fosse uma prática inusitada na república ou em qualquer governo, seja ele federal, estadual ou municipal”, disse o senador, em entrevista à CNN.

    “E querem saber dela, por exemplo, como foi a história da proposta de mudança da bula da cloroquina por decreto, o que chega a ser risível, porque alguém que tenha o mínimo de inteligência sabe que decreto não muda bula de remédio. É o chamado crime impossível”, completou, se referindo à médica oncologista Nise Yamaguchi.

    Ela será a primeira depoente à CPI nesta semana, que terá ainda um grupo de médicos na quarta-feira (2) – neste dia, serão ouvidos Clovis Arns da Cunha, que é presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, e outros três especialistas.

    Rogério disse que a expectativa dos opositores sobre o depoimento da médica oncologista é completamente oposta ao que esperam os membros da base do governo na CPI.

    “Ela é uma estudiosa do assunto “tratamento precoce” e deve falar sobre isso, tanto que não entrou na lista de convidados especialistas”, apontou.

    O senador também afirmou considerar possível a realização de questionamentos sem posicionamentos ideológicos, tanto por parte da oposição quanto da situação, desde que sejam abandonadas as “defesas apaixonadas”.

    “Quando você está diante de um médico, um profissional, um estudioso, é a oportunidade de colocar suas dúvidas na mesa e perguntar para quem tem autoridade para falar sobre o assunto.”

    Senador Marcos Rogério (DEM-RO)
    Senador Marcos Rogério (DEM-RO)
    Foto: Reprodução / CNN

    Volta de Queiroga à CPI

    O político democrata considerou “absolutamente natural” a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para prestar novas explicações para a CPI. Ele disse, no entanto, divergir do momento proposto para essa nova oitiva.

    “Acho absolutamente inoportuna a antecipação da volta dele à CPI por várias razões. Primeiro, temos muitos depoimentos para coletar, tanto de membros do governo federal quanto de governadores e, possivelmente, prefeitos”, destacou.

    “O ideal é fazer a nova oitiva dele mais no final, porque já teríamos um conjunto de informações, de dados e, aí, poderíamos inquerir o ministro novamente.”

    Rogério afirmou que a decisão de antecipar a oitiva de Queiroga parece ser tratar de uma proposta com interesse de “gerar constrangimento ao governo” e “criar um processo de obstrução ao trabalho do ministro”.

    “Não acho que seja o momento adequado para fazer isso. Vamos deixar o ministro trabalhar, avançar com a agenda de trabalho do Ministério da Saúde. Fica parecendo que esse grupo [se senadores opositores] quer obstruir os trabalhos do ministro também.”

    (*sob supervisão de Letícia Vidica)