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    Mandetta diz que ‘tensões são normais’ no governo, e defende quarentena

    Ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, negou que o ministro da Saúde possa ser demitido diante de divergências com o presidente Jair Bolsonaro

    Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília
    Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília Foto: Adriano Machado - 25.mar.2020/ Reuters

    Guilherme Venaglia Da CNN, em São Paulo

    O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), voltou a defender nesta segunda-feira (30) que o distanciamento social seja adotado ao máximo possível para conter a pandemia do novo coronavírus. O ministro também defendeu a manutenção das medidas de contenção adotadas pelos estados, para que o sistema de saúde possa se preparar para o atendimento aos casos da COVID-19.

    “Por enquanto, mantenham as recomendações dos estados, porque essa é, no momento, a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades no sistema de saúde”, disse o ministro. A fala vai em sentido oposto ao que afirmou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando, neste domingo (29), disse que cogitava um decreto para permtir que o trabalho fosse retomado normalmente no país

    Durante a entrevista coletiva, o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, disse que “não existe essa ideia de demissão do Mandetta, isso está fora de cogitação no momento”. Na sequência, ao pegar o microfone, o ministro da Saúde ironizou: “Em política, quando a gente fala que não existe, a pessoa fala existe”.

    No sábado, véspera do seu passeio público, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com Mandetta. Segundo apurou a CNN, a conversa foi em tom grave, com o ministro da Saúde manifestando sua preocupação com o discurso contra as medidas de quarentena. Para deputados, o presidente busca desautorizar o chefe do Ministério da Saúde.

    Durante a coletiva desta segunda, o ministro da Saúde afirmou que está comprometido com o combate ao coronavírus e que a pasta “continua técnica, continua científica e continua trabalhando dentro do seu planejamento”.

    Ao se recusar a dar uma data para o fim da pandemia, Mandetta citou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que precisou adiar da Páscoa (12 de abril) para o final do próximo mês o fim das medidas de restrição no país. Trump é o principal aliado internacional do presidente Jair Bolsonaro.

    Comunicação

    Esta foi a primeira vez que a entrevista coletiva para a atualização dos dados não foi coordenada pelo Ministério da Saúde. Segundo Braga Netto, que é  coordenador do gabinete de crise criado pelo presidente Bolsonaro para concentrar as respostas do governo à pandemia, esse será o novo padrão a partir de agora, e que sempre a pasta estará acompanhada de outro ministério. A intenção, diz o chefe da Casa Civil, é passar informações mais completas sobre um tema que afeta todo o governo.

    Depois de um jornalista insistir para que o ministro Luiz Henrique Mandetta comentasse o passeio público realizado pelo presidente Jair Bolsonaro neste domingo, em sentido contrário ao que está sendo orientado pelas autoridades de saúde, a coletiva foi encerrada.