Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Lula cita falas de Moro e Bolsonaro para tentar adiar julgamento de recurso

    "Pretensões políticas do ex-juiz Sergio Moro não se afloraram repentinamente apenas após o pleito eleitoral de 2018", diz a defesa de Lula

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil (25.dez.2019)

    Gabriela Coelho, da CNN, em Brasília

    A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quarta-feira (6) a suspensão do julgamento de um recurso sobre o caso do sítio de Atibaia no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) com base nas recentes trocas de acusações entre o ex-ministro Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro. O julgamento está na pauta da atual sessão virtual da 8ª Turma do tribunal.

    Para a defesa de Lula, declarações de Moro e Bolsonaro que vieram a público recentemente mostrariam a suspeição de Moro e o comprometimento de toda a instrução do processo. Moro não julgou o caso em primeira instância, mas conduziu boa parte da instrução da ação penal.

    “Dentre os apontamentos, está o fato do ex-juiz ter passado a integrar o governo do presidente Jair Bolsonaro com o afirmado compromisso para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Pelo que se depreende também da fala presidencial, as pretensões políticas do ex-juiz Sergio Moro não se afloraram repentinamente apenas após o pleito eleitoral de 2018. Ao revés, têm elas origem anterior, como sempre afirmou esta Defesa com base em diversos elementos”, diz a defesa.

    Os advogados afirmam ainda que a íntegra do interrogatório de Moro evidencia que alguns fundamentos expostos efetivamente se conectam as investigações em curso e, por conseguinte, não podem ser sumariamente descartados.

    “Além disso, a suspeição do ex-juiz ainda está pendente de análise pelo Supremo Tribunal Federal — com pedido de extensão também para este processo. Este processo será julgado assim que o Supremo Tribunal Federal retomar os seus trabalhos presenciais, diante da importância do tema”, afirmou a defesa.

    Na primeira instância, Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão. No TRF-4, a pena foi ampliada para 17 anos, um mês e 10 dias.