Só 1 em 6 prefeitos de grandes e médias cidades é novato na política
Eleitores deram preferência a gestores públicos com experiência e reduziram o espaço para a estreia de neófitos
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Levantamento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) mostra que apenas 1 em 6 prefeitos eleitos em 2020 em cidades médias e grandes é novato e não tem tradição política. É mais um indicador de que, nas disputas municipais deste ano de pandemia da Covid-19, os eleitores deram preferência a gestores públicos com experiência e reduziram o espaço para a estreia de neófitos nas urnas.
A entidade compilou o perfil dos eleitos nos 409 municípios de mais de 80 mil habitantes, recorte que inclui todas as capitais (exceto Macapá, que terá eleição no próximo domingo) e as localidades onde vivem mais de 60% dos brasileiros e nas quais se produzem 75% das riquezas do país.
De acordo com a FNP, 343 dos vencedores nas urnas nesses municípios têm tradição na política, o equivalente a 84% do total, e 66 são considerados estreantes (16%). As coligações, que também são uma ferramenta tradicional dos partidos tradicionais, também prevaleceram: apenas 18 vitoriosos nas urnas não tinham apoio de nenhuma outra agremiação.
Em relação aos reeleitos, o levantamento contabiliza 166 nomes – entre os 243 novos prefeitos, porém, há ex-gestores municipais e políticos com outros mandatos eletivos no currículo.
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Receita corrente
A FNP também fez um recorte de quais partidos terão sob sua gestão mais receita corrente nos caixas das prefeituras vencidas nas eleições. O PSDB, com maior número de municípios conquistados no grupo de 409 localidades (62), detém a maior cifra a ser administrada, com R$ 107,8 bilhões, principalmente em cidades paulistas.
Em seguida, vem o DEM, com 38 municípios e R$ 55,9 bilhões – número elevado por capitais como Salvador e Rio de Janeiro. Em patamar próximo estão o MDB, com 52 prefeituras e R$ 46,1 bilhões, e PSD, com 50 municípios e R$ 44,1 bilhões.
Entre os partidos de esquerda, o mais bem posicionado nesse levantamento é o PDT, com R$ 17,3 bilhões em receitas correntes de 15 municípios. É o mesmo número de prefeituras vencidas pelo PT, mas os petistas terão disponíveis R$ 11,9 bilhões, abaixo também do PSB, com 19 prefeituras e R$ 14,6 bilhões. O PSOL, que venceu apenas em Belém nesse grupo de cidades, vai gerir R$ 3,0 bilhões em receitas correntes.