Bolsonaro errou a mão ao responder sobre preço do arroz, diz Rezende
Para Sidney Rezende, tratou-se de uma resposta 'desnecessária' do presidente ao apoiador, que o questionou de forma educada, segundo o jornalista
No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (26), Sidney Rezende abordou a resposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a um apoiador que o questionou sobre a alta do preço do arroz. Veja também a participação de Alexandre Garcia.
Em um passeio de moto em Brasília nesse domingo (25), o presidente respondeu prontamente e em tom irritado: “Quer que eu baixe na canetada? Você quer que eu tabele? Se você quer que eu tabele, eu tabelo. Mas vai comprar lá na Venezuela”.
Para Rezende, tratou-se de uma resposta “desnecessária” do presidente, que “errou a mão” ao conversar com o apoiador. O jornalista ainda ressaltou que Bolsonaro foi questionado de forma educada.
“O senhor até falou ‘por favor’ e não abordou o presidente de maneira deselegante ou mal-educada. E ele não está errado, não”, defendeu Rezende, que citou exemplos da alta do item básico no prato dos brasileiros.
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“Esse senhor somente externou um pensamento de todas as pessoas que estão acostumadas a pelo menos comer o que tem na cesta básica, então acho que o presidente errou na mão. Não foi muito legal isso ontem, e vai se acumulando esse tipo de comportamento por parte dele”, avaliou Rezende.
Para ele, “por mais que Bolsonaro seja autêntico, diga o que pense, tenha suas qualidades e não esteja rompendo um estilo que ele tem a vida toda e durante a campanha, são qualidades do ativo do presidente”.
“Mas, no passivo, essa forma como ele tem tratado as pessoas, ou mesmo dizendo que a vacina não ter que ser para todo mundo vai se acumulando e gerando uma certa insatisfação”, considerou Rezende, que exemplificou com base em dados sobre as eleições municipais.
“Se você verificar, os candidatos apoiados pelo presidente da República em capitais, como Rio e São Paulo, estão descendo no prestígio popular enquanto outros, mais alinhados a oposição, estão crescendo”, afirmou.
“São sinais de que o presidente não pode ficar minando o que se chamou por aí de bolsonarismo raiz. Vai batendo, batendo e o povo vai ficando meio aborrecido. Ontem ele errou na mão”.
O comentarista da CNN ainda abordou o que classificou como a politização da vacina no discurso de governantes e as divergências entre os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Ricardo Salles, do Meio Ambiente.
Também com participação de Alexandre Garcia, o Liberdade de Opinião vai ao ar diariamente na CNN com transmissão simultânea na CNN Rádio.