‘Faz parte de um jogo’, diz analista sobre reação de Bolsonaro às vacinas
"A Anvisa aprovou, não tem que discutir mais", falou o presidente nesta segunda (18) a apoiadores
O cientista político Murillo de Aragão acredita que a resposta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a aprovação das vacinas contra a Covid-19 no país “faz parte de um jogo de narrativa”, e “tem consequências”.
Após ter se mostrado resistente à Coronavac durante toda a fase de testes do imunizante, na primeira manifestação sobre o tema nesta segunda-feira (18), Bolsonaro disse que a ‘vacina é do Brasil, não é de nenhum governador’.
“Não é uma boa reação porque deveríamos todos estar comemorando o fato da vacina, ainda que em quantidade insuficiente para todo o povo brasileiro, estar disponível. Faz parte de um jogo de narrativa política e que tem consequências”, avalia Murillo Aragão.
“A própria popularidade do presidente nas últimas semanas, em uma pesquisa recente, apresentou um decréscimo. E isso, de alguma maneira, é produto da crise do próprio encaminhamento da questão da vacinação nessas primeiras semanas de janeiro”, lembra o analista.
Um dia após a aprovação para uso emergencial da Coronavac pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores, em Brasília, que “não tem que discutir mais” sobre o imunizante.
“A Anvisa aprovou, não tem que discutir mais. Agora havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos, que era pra ter chegado vacina aqui”, disse Bolsonaro na manhã desta segunda-feira (18).
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) também falou a jornalistas sobre a campanha de imunização contra a Covid-19 no país.
“A Anvisa fez o excelente trabalho dela, tem duas vacinas aprovadas. Tem vacina contratada para até o final do ano vacinar 70% da população brasileira e consequentemente chegaríamos a uma situação ao fim desse ano com liberdade de manobra em relação a essa pandemia”, disse Mourão, que também ressaltou a recuperação da economia como o próximo objetivo do governo.