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    Não é possível dizer que Ernesto prejudicou relação com a China, diz governista

    Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que a oposição está procurando por um crime inexistente

    Gregory Prudenciano e Rudá Moreira, da CNN, em São Paulo e em Brasília

    Integrante da base governista do Senado e membro titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Marcos Rogério (DEM-RO) disse à CNN nesta terça-feira (18) que “ainda não é possível” avaliar se o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo acabou prejudicando a relação entre o Brasil e a China, o que poderia ter impacto na obtenção de insumos para a fabricação de vacinas contra a Covid-19. 

    Para o senador, é necessário “aprofundar um pouco mais a busca das informações”, e o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que foi contemporâneo de Araújo no ministeriado de Jair Bolsonaro, poderá ajudar neste sentido. A oitiva de Pazuello está marcada para esta quarta-feira (19). 

    Marcos Rogério disse que a oposição está tentando forçar uma narrativa contra Araújo e o governo Bolsonaro, e que é preciso cautela.

    “Eu não concordo com tudo o que ele [Araújo] diz, com tudo o que ele defende, acho que faltou um pouco de habilidade nesses tratativas [com a China]. Agora, enquadrar isso como uma atitude criminosa ou que coloque o governo como alguém que boicota intencionalmente a vinda de imunizantes para o Brasil é ir longe demais”, sustentou o senador. 

    Segundo Marcos Araújo, “em nenhum momento ficou evidente que isso [a postura de Ernesto Araújo] tenha tido alguma influência no recebimento seja do imunizante, seja do insumo”. 

    O senador por Rondônia inclusive afirmou que a insinuação de que a China estaria represando o envio de insumos como uma eventual resposta a críticas do governo brasileiro é colocar o país asiático em “uma condição desumana”. 

    A oposição ao governo, disse o parlamentar, está procurando por crimes inexistentes do governo Bolsonaro. “Procuram um crime, mas não acham. Não consegui ver, hoje, ao longo desse depoimento, qualquer tipo de êxito da CPI, no caso dos membros da oposição, em identificar algum crime do governo”. 

    Nesta terça-feira, Ernesto Araújo negou que tenha entrado em atrito com a China, maior parceiro comercial do Brasil e de quem o país depende para obter insumos necessários à fabricação de vacinas contra a Covid-19. Araújo também disse que nunca houve alinhamento automático do Brasil com os Estados Unidos. 

    As falas do ex-chanceler irritaram o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), que citou um artigo de Araújo em que ele se refere ao vírus causador da Covid-19 como “comunavírus”. 

    “O senhor deu várias declarações anti-China, se indispôs várias vezes com o embaixador chinês. Em um artigo o senhor chama de ‘comunavírus’ e há pouco disse que não deu declarações. Posso ler seu artigo. O senhor faz uma declaração que a pandemia era para ressuscitar o comunismo. Na minha análise, o senhor está faltando com a verdade. Não faça isso”, disse Aziz.

    O senador Marcos Rogério (DEM-RO) conversou com a CNN sobre a CPI da Covid
    O senador Marcos Rogério (DEM-RO) conversou com a CNN sobre a CPI da Covid (18.mai.2021)
    Foto: Reprodução / CNN

    Apoio à compra de cloroquina

    Perguntado sobre sua participação na intermediação da compra de insumos para a produção de cloroquina, Araújo afirmou que, em março de 2020, havia uma expectativa de que a cloroquina fosse eficaz para o tratamento da Covid-19.

    “Em função de um pedido do Ministério da Saúde, procuramos tentar viabilizar uma importação do insumo para farmacêuticas brasileiras (…) Lembrando que a cloroquina é necessária para várias doenças crônicas e é importante que tenha seu estoque preservado no sistema de saúde e esse estoque havia baixado. Isso independe dos testes sobre eficácia para o tratamento da Covid”, explicou. 

    Araújo também atribuiu ao Ministério da Saúde, então sob o comando de Eduardo Pazuello, a decisão de aderir à cota mínima proposta pelo consórcio Covax Facility, garantindo doses de vacina para 10% da população brasileira, quando poderia ter optado por até 50% de cobertura vacinal.